quinta-feira, 30 de abril de 2009
A Lógica dos Burros
No processo de reforma escolar em curso - a escola está em reforma desde que comecei a trabalhar!! - apraz-me indicar a leitura de um livro de alguém que sabe do que fala quando fala de Escola, porque é professor, livro esse que se intitula: A LÓGICA DOS BURROS - O LADO NEGRO DAS POLÍTICAS EDUCATIVAS e o seu autor é GABRIEL MITHÁ RIBEIRO. A obra, editada pelas Publicações Europa-América, tem prefácio do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa.
Convém dizer que este livro é impróprio para os que rezam pela cartilha do eduquês! Ele é totalmente anti-eduquês e denuncia os dogmas e as falácias impostas pelas Ciências da Educação, que vivem na crença de que se se tornar o ensino num sistema que se desenvolve em torno de reuniões, e de planos, e de grelhas, e de actividades culturais, e numa lógica de integração no meio, e da participação dos pais e etc., se contribui para o sucesso dos alunos. Reparem: no SUCESSO, essa coisa abstracta que não quer dizer nem aprendizagem, nem conhecimento, nem formação, nem nada. É o sucesso, ponto final. Num congresso a que assisti no Porto, ouvi o Prof. Nuno Crato dizer que não pode valer tudo em nome do sucesso e do combate ao abandono escolar. Eu não poderia concordar mais e, a julgar pelos aplausos da maioria dos professores presentes, não sou só eu a pensar assim.
Mithá Ribeiro acerta, a meu ver a cem por cento, quando identifica os dois verdadeiros males do ensino: a INDISCIPLINA e o FACILITISMO. Mais, diz porque é que sabendo TODOS - especialistas do eduquês incluídos - que são estes os verdadeiros problemas do ensino, não há medidas para os combater. Haveria um preço social alto a pagar. Logo, há que ir experimentando e convivendo com o monstro sem o afrontar. Tal como uma pessoa a quem é diagnosticada uma doença crónica, passado o choque inicial, se habitua a conviver com ela, assim nós, professores, vamos convivendo com o monstro e alguns até acabam por gostar dele e de lhe fazer festinhas. Certeira é também a forma como é descrita a função do professor:
«Mata-se a função intelectual do professor em prol de uma espécie de animador cultural pop acrescido, na nova versão, de burocrata-titular-animador-cultural, com a dramática consequência de se persistir na desvalorização do saber.»
No meu último relatório de avaliação crítica (que saudade!) abordei a questão do excesso de actividades extra-curriculares. Para meu agrado, Mithá Ribeiro também o faz e diz, a esse propósito, o seguinte:
«O resultado é ter-se produzido uma ESCOLA HISTÉRICA que toma como secundários o conhecimento, a tranquilidade, o silêncio, a leitura, a escrita, o cálculo ou o estudo(...)»
Não vou continuar, acho que já me fiz entender. Quero apenas, a terminar este artigo, indicar a leitura de um outro livro, para além do de Nuno Crato, já bem conhecido:
CRATO, Nuno, "O 'Eduquês' em Discurso Directo - Uma Crítica da Pedagogia Romântica e Construtivista", Lisboa, Gradiva, 2006
BALIAN, Roger, et.al. "Eduquês: um flagelo sem fronteiras", Lisboa, Gradiva, 2007
(Texto que publiquei no Recanto das Letras há uns tempos)
Poderes de vidência...
Vão me perdoar os especialistas da matéria, os economistas, banqueiros, gestores etc. etc. etc. mas vou fazer o que muito fazem em relação à Educação: falar sem saber grande coisa do assunto. Afinal não tenho menos direito que os outros.
Há quase dez anos, sim dez anos! Li um livro muito interessante de um senhor não menos interessante: “A crise do capitalismo global” de George Soros.
Não vos vou “contar” o livro, basta dizer que o título é perfeitamente adequado ao conteúdo.
É um espanto.
É um espanto que há dez anos se previsse a crise. Ou melhor dizendo, que o capitalismo estivesse já em crise.
É um espanto que o público não o soubesse.
É um espanto que apesar da teoria económica da auto-regulação dos mercados já estar posta de lado, não se tenha feito nada para o regular.
É um espanto a impassibilidade dos governantes.
É um espanto que tivessem dez anos para tomar medidas e não o tenham feito.
É um espanto que as medidas existentes fossem notoriamente ineficazes e não fossem alteradas.
É um espanto que tenham o descaramento de utilizar agora os dinheiros públicos para repararem os danos que a impassibilidade política criou.
É um espanto que não se guilhotine todos os governantes de dez anos a esta parte, como na revolução francesa.
É um espanto!
É um espanto também porque o George Soros não é um iluminado, tipo “new age”, que teve uma epifania divina. Não! O George Soros não é nada mais, nada menos do que um dos financeiros mais brilhantes dos últimos cinquenta anos!
Não é um espanto????
CONFAP/CINEPE e "Parece mentira"
Desde há dias que ando a “remoer”, e mais dias passam pior é.
Num aparece a CNIPE no outro aparece essa reportagem dolorosa “Parece mentira” que revela a ignorância da nossa população. Dir-me-ão que a primeira é uma boa notícia e que a segunda, sendo uma vergonha, também resultará da selecção enviesada de jornalistas interessados na “sensação”, e que de qualquer forma uma nada tem a ver com a outra. Deixem-me discordar. (Dir-me-ão que gosto de discordar e disso não discordo.)
Ora a CNIPE aparece porquê?
Alguns outros motivos podem existir, mas dois posso avançar:
Um, evidente para aqueles que se congratulam com a sua criação é que muitos dos Encarregados de Educação não se revêem nas posições que a CONFAP tem vindo a tomar suscitando-lhes dúvidas que os “superiores interesses das nossas crianças” (perdoem-me este empréstimo) seja o interesse que move o seu presidente. Para mais, tendo vindo a público como veio, a interessante quantia que esta organização recebe directamente do gabinete da sinistra, digo, Ministra.
Dois, esquecemos facilmente as lições do passado, e até do presente. Se antes da cisão os Encarregados de Educação tinham, porque tinham, potencialmente, bastante impacto nas decisões do ME, agora esse impacto será, potencialmente, dividido por dois…
Um órgão representativo tem tanto mais poder quanto o número que representa. Basta ver que sindicatos, quando e em que países, têm mais capacidade negocial. Basta ver o exemplo dos sindicatos de professores, que perderam o seu peso devido ao seu número, e cuja falta de unidade é frequentemente o que os perde na mesa das negociações.
Também o próprio presidente da CONFAP não aprendeu com o passado, se o tivesse feito teria visto que o que originou este proliferar de sindicatos foi que boa parte dos representados não viam os seus interesses acautelados (paralelismo com pais e alunos?)enquanto outra parte dos representados era beneficiada (paralelismo com ele próprio?). Mas se nos professores, porque a classe profissional aglomera grupos muito diferentes, essa cisão é quase desculpável, numa confederação de pais é quase criminosa, mas esse crime, pelos quais temo que muitos vão pagar, deverá pesar na consciência do presidente de uma confederação que alienou tão levianamente pela sua vassalagem ao ME os seus congéneres, que estes criaram uma “concorrente”.
Agora comparem. Não acham que o “esquecimento” da história é a condição sine qua non das duas notícias? Não se conhecer o passado não terá consequências que vão além de uma reportagem televisiva que lhe dá quinze minutos de fama?
P.S. Só para não haver confusões: acho bem que a CNIPE tenha sido criada, espero que faça algo em prol da Educação dos alunos, só acho mal que ela seja necessária.
quarta-feira, 29 de abril de 2009
Hoje está na berlinda... a Anabela
Cheguei lá há já mais de um ano, pelo processo do costume: enlace atrás de enlace, atrás de enlace. No caso, via Por Mundo Melhor, do Raul Martins (saudades, Raul!).
Primeiro fiquei-me pela leitura, ora a rir, ora a fazer coro, silencioso, com a indignação, ora a apreciar paisagens, arte, gentes, mundos desconhecidos. Um dia deixei pegada e, desde aí, é paragem da rota diária, com visitas longas em muitos serões.
Para além do sentido de humor, da limpidez e da correcção da escrita, o que mais me atrai na pessoa que está por detrás do blogue é a vivacidade de espírito, o inconformismo, a frontalidade, a generosidade, e, sobretudo, a coerência. Estou, decerto, a esquecer outros predicados.
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Apesar do braço direito ao peito não podia adiar mais a intenção de falar aqui da Anabela. Claro que o poste do Ramiro veio mesmo a calhar.
Bem-hajas, "Guapa", és uma fonte de inspiração e uma companheira admirável.
segunda-feira, 27 de abril de 2009
ACÇÃO DE FORMAÇÃO
Esta eu não resisto a pôr aqui no nosso jardim!! Porque rir faz muiiito bem!!
Obrigada Orlanda que ma enviaste.
domingo, 26 de abril de 2009
Portishead - Roads
Ontem, 25 de Abril!
Hoje Domingo, 26! Dia de pôr o fato de Domingo, ir à missa, comer frango assado no forno! Era assim na minha infância! Ainda antes do glorioso 25 de Abril. Agora, pela frente, só a realidade! Passar pelos lírios, de fugida. Ver o e-mail. Ouvir uma música - L I N D A !!! - de olhos fechados! A correcção de portfólios segue dentro de momentos!
sábado, 25 de abril de 2009
Trova do vento que passa
Anos antes, o convívio entre os dois possibilitou a criação de um poema-cantiga que ficou na história da resistência à Ditadura.
*Conta-se que numa noite, em plena Praça da República em Coimbra, Manuel Alegre exprimia a sua revolta:
«Mesmo na noite mais triste/ Em tempo de servidão/ Há sempre alguém que resiste/ Há sempre alguém que diz não».
E Adriano Correia de Oliveira disse «mesmo que não fiquem mais versos, esses versos vão durar para sempre». Ficaram.
António Portugal compôs a música . «E depois o poema surgiu naturalmente». Tinha nascido a Trova do vento que passa.
Três dias depois vieram para Lisboa, para uma festa de recepção aos alunos na Faculdade de Medicina. Manuel Alegre fez um discurso emocionado, depois Adriano Correia de Oliveira cantou e quando acabou de cantar:
«foi um delírio, teve de repetir três ou quatro vezes, depois cantou o Zeca, depois cantaram os dois. Saímos todos para a rua a cantar. A Trova do vento que passa passou a ser um hino».
*Eduardo M. Raposo, Cantores de Abril – Entrevistas a cantores e outros protagonistas do Canto de Intervenção, Lisboa, Edições Colibri, 2000
Parece impossível
É de se ficar estarrecido com a ignorância patente no vídeo…
Razão tinha o Brecht:
"Não há pior analfabeto que o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. O analfabeto político é tão burro que se orgulha de o ser e, de peito feito, diz que detesta a política. Não sabe, o imbecil, que da sua ignorância política é que nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, desonesto, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo."
Bertolt Brecht (1898-1956)
e o Eça:
"ORDINARIAMENTE, todos os ministros são inteligentes, escrevem bem, discursam com cortesia e pura dicção, vão a faustosas inaugurações e são excelentes convivas. Porém, são nulos a resolver crises. Não têm a austeridade, nem a concepção, nem o instinto político, nem a experiência que faz o ESTADISTA. É assim que há muito tempo, em Portugal, são regidos os destinos políticos. Política de acaso, política de compadrio, política de expediente. País governado ao acaso, governado por vaidade e interesses, por especulação e corrupção, por privilégio e influência de camarilha, será possível conservar a sua independência?"
Eça de Queirós, 1867, in "O Distrito de Évora".
sexta-feira, 24 de abril de 2009
E DEPOIS DO ADEUS
Vamos recordá-la!!! Com muita emoção!!!
25 de Abril....SEMPRE!!!
quinta-feira, 23 de abril de 2009
Dia Do Livro
O Perfume. História de um assassino. Não havia necessidade de subtítulo. "Ele" é alguém que não sabe o que é ser assassino. Apenas vive dos aromas, dos odores e tem apenas um objectivo: ser amado. É o que tenho procurado sempre nos livros: conforto, esquecimento... e algum riso. No fundo, ser amada!
O estado da Educação... e do resto!!
Sexta-feira, 17 de Abril de 2009
Governo acaba com as quotas para titular se...
Assim se faz política em Portugal. Aquilo que era absolutamente verdade, aquilo que era absolutamente imprescindível, aquilo que era absolutamente inquestionável, aquilo que era absolutamente impensável - todos nos lembramos das afirmações peremptórias da ministra da Educação: «obviamente nem todos podem chegar a generais» e «isso de não haver quotas para atingir o topo da carreira não existe em lado nenhum» e «isso é inaceitável» - de repente, já é pensável, já é aceitável, já é proposto. Mas é pensável, aceitável e será uma proposta efectiva se os sindicatos, em troca, se comprometerem a não contestar o Ministério. Eleições à porta desaconselham agitação, desaconselham manifestações de protesto, desaconselham greves, portanto, já se pode mandar às malvas aquilo que até há pouco tempo era apresentado como imperativo. Vende-se, com a maior desfaçatez, aquilo que era tido como um princípio indiscutível, para se tentar ganhar eleições. «Os fins justificam os meios» e «o que hoje é verdade amanhã é mentira» são as palavras de ordem do Governo.
É esta a seriedade política da ministra da Educação. É esta a seriedade política do primeiro-ministro. Não se muda de posição porque se reconhece um erro ou porque se evolui para uma posição que se considera melhor. Não é nenhuma destas razões que explica a radical mudança do Ministério. O que está na base desta alteração de comportamento é mercantilismo puro: é toma lá, dá cá; é troca por troca. Se a oferta for boa, os ditos inabaláveis princípios vendem-se, se a oferta for boa o inegociável já se negoceia. É o valor venal da coisa que interessa, é o preço a comandar a política. Nada mais conta.
Política desta repugna, políticos destes envergonham.
Retirado do sítio do Público (16/04/09)
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Moniz avança com queixa contra Sócrates
Subiu muito na minha consideração.
Parabéns pela coragem, carácter e determinação!!
Portugal está a precisar de pessoas assim!
VÍDEO
Veja aqui o vídeo
«Já avancei para os tribunais com uma queixa contra José Sócrates, não impedindo outros jornalistas de o fazerem também», revelou.
José Eduardo Moniz utilizou as próprias palavras do primeiro-ministro para desmentir as mesmas: «Não sou cobarde, nem me escondo atrás de uma moita ou de um arbusto para fazer uma caça ao homem, utilizando um jornal travestido.»
«José Sócrates transmitiu o seu enorme desconforto perante o jornalismo de investigação que os melhores jornalistas desta casa têm desenvolvido em relação ao caso Freeport. Ele teve oportunidade de esclarecer o país sobre o seu alegado envolvimento, mas não conseguiu, não pode, não soube ou não quis fazê-lo. Preferiu atacar a TVI. Ofendeu-me a mim em particular, o último responsável pela informação, quer na minha honra, quer na minha dignidade», afirmou.
O responsável do canal assegurou a sua «surpresa» e «alguma estupefacção», «não pela atitude crítica» em relação a um telejornal «do qual assumidamente não gosta», mas pelo «tom e termos impróprios para uma pessoa com as suas responsabilidades».
«A única vitima até agora parece ser a liberdade de informação», disse, acusando Sócrates de «processos de intimidação que querem condicionar o exercício do jornalismo» e acrescentando: «Tal não acontecerá enquanto aqui estiver. Continuaremos a trabalhar da mesma maneira, com independência e rigor.
Afirmando-se «seguro do profissionalismo e competência» dos jornalistas da TVI, Moniz reforçou: «A TVI só relatou factos, não os inventou. Não acusámos nem julgámos seja quem for (...) Até hoje ninguém desmentiu a nossa informação.»
«Não vou alimentar mais polémicas. É triste e irónico que a poucos dias do 25 de Abril se presenciem tantos ataques e ameaças ao jornalismo livre», concluiu.
terça-feira, 21 de abril de 2009
A Causa dos Professores
Sindicatos e partidos da oposição unidos na defesa da causa dos professores. Até sexta-feira, estão previstas 1 400 reuniões de professores em todo o país
Depois de os partidos da oposição, todos eles, do CDS ao BE, assinarem o documento a pedir a fiscalização sucessiva do decreto regulamentar 1-A/2009 (Simplex2), mostrando com esse acto repúdio pela principal bandeira do ME, são agora os sindicatos de professores a mostrarem a força que resulta da unidade em torno do essencial: recusa da divisão da carreira em duas categorias e total oposição ao modelo burocrático de avaliação de desempenho. Só a Fenprof vai ter nas escolas 300 dirigentes sindicais durante a semana que hoje se inicia. Estão previstas 1400 reuniões de professores ao abrigo da lei sindical. Nas reuniões de professores, estarão em discussão as formas de luta a realizar no 3º período, a atitudes a tomar face à ficha de auto-avaliação e reacções face ao previsível aumento exponencial do desemprego docente, a partir de Setembro, tendo em conta os resultados do concurso nacional. O momento é de união. Numa altura em que o Freeportgate conhece novos desenvolvimentos e o país se afunda numa profunda crise económica, moral e social, a luta dos professores pode dar um poderoso contributo para a derrota do PS nas eleições legislativas. A derrota do PS, após governar Portugal 11 anos nos últimos 14, é a condições primeira para a regeneração política, económica, moral e social do país.
A Confap já tem rival: a CNIPE foi constituída.
A Confap já tem rival: a CNIPE foi constituída. Professores e pais estão de parabéns
Correio da Manhã
Maria José Viseu - O movimento associativo de pais passa a ter duas alternativas e pode escolher a confederação que entender. A divisão deu-se porque não nos revíamos nas posições assumidas. Quem está na CNIPE tem uma forma diferente de ver a escola.
– Qual é a confederação maior?
– Ambas representamos o mesmo número. O próprio presidente da Confap, Albino Almeida, já afirmou que representamos 600 associações de pais, cerca de metade das 1200 que existem no País.
– A Confap recebe cerca de 165 mil euros anuais do Ministério da Educação (ME). A CNIPE também vai querer receber?
– Essa verba é fruto de um protocolo estabelecido numa altura em que a CNIPE não existia. Vivemos num país democrático e seguramente o ME irá agora fazer um protocolo connosco. Neste momento a CNIPE sobrevive à custa do voluntariado dos elementos que a constituem.
– Apesar de muitas tentativas, até agora o ME nunca vos recebeu...
– Com esta eleição acho que acabaram os impedimentos. Queremos abordar vários assuntos com o ME, como o alargamento da rede de creches, o ensino pré-escolar, a educação especial, o rácio de auxiliares de acção educativa e as equipas multidisciplinares nas escolas.
– A Confap propõe escolas abertas 12 horas. Concorda?
– Primeiro, deve ser aproveitado tudo o que já existe no terreno como as IPSS próximas das escolas, que já estão abertas 12 horas. Se o horário das escolas for alargado, deve ser a comunidade a colaborar para que isso seja possível.
segunda-feira, 20 de abril de 2009
domingo, 19 de abril de 2009
Meditação Sobre os Poderes
Rubricavam os decretos, as folhas tristes
sobre a mesa dos seus poderes efémeros.
Queriam ser reis, czares, tantas coisas,
e rodeavam-se de pequenos corvos,
palradores e reverentes, dos que repetem:
és grande, ninguém te iguala, ninguém.
Repartiam entre si os tesouros e as dádivas,
murmurando forjadas confidências,
não amando ninguém, nada respeitando.
Encantavam-se com o eco liquefeito
das suas vozes comandando, decretando.
Banqueteavam-se com a pequenez
de tudo quanto julgavam ser grande,
com os quadros, com o fulgor novo-rico
das vénias e dos protocolos. Vinha a morte
e mostrava-lhes como tudo é fugaz
quando, humanamente, se está de passagem,
corpo em trânsito para lado nenhum.
Acabaram sempre a chorar sobre a miséria
dos seus títulos afundados na terra lamacenta.
José Jorge Letria, in "Quem com Ferro Ama"
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sábado, 18 de abril de 2009
"Para compreender o que nos está a acontecer"
Já que estamos numa de revisitar textos escritos já há algum tempo, este do Ramiro Marques, relembrado num comentário do Umbigo, é bastante elucidativo, para além de actual .
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Para compreender o que nos está a acontecer
Essa reconfiguração assenta em dois pilares: o actual PS e a ala cavaquista do PSD. Incapazes de segurarem este arremedo de estado social, essas duas facções do poder tecnoburocrático uniram-se para procederem à maior transferência de riqueza de que há memória nas últimas três décadas. Essa transferência de riqueza é absolutamente crucial para a manutenção dos privilégios dos oligarcas.
Os professores, por serem 140000 e por estarem sistematicamente divididos enquanto grupo profissional, foram os escolhidos para a a realização desse processo de transferência de riqueza. Dentro de meia dúzia de anos, dois terços dos professores não passarão do meio da carreira e estarão condenados a trabalharem até aos 65 anos (ou mais) com um salário inferior ao de um sargento.
Para que essa transferência de riqueza se realize sem sobressaltos para os oligarcas, é necessário que o poder político limite ou anule a liberdade de expressão nos espaços e organismos públicos. A escola pública tem sido um espaço de eleição para o exercício das liberdades. Com ameaças de processos disciplinares, exacerbação dos conflitos entre professores titulares e não titulares e uma política oficiosa de guardar segredo sobre tudo o que se passa nas escolas, o poder político foi criando as condições ideológicas e repressivas para que essa transferência de riqueza se continue a fazer de forma doce.
O objectivo é fazer parecer essa transferência como natural, de modo a que as próprias vítimas do processo de pauperização e proletarização a aceitem como inevitável.
Se lerem A Política de Aristóteles, está lá tudo o que é preciso saber sobre o processo de perversão da democracia e a sua transformação em oligarquia. Em Portugal, esse processo está em marcha.
Anorexia intelectual
sexta-feira, 17 de abril de 2009
Escola aberta 24 horas por dia - Joaquim Azevedo
Atendendo às dificuldades das famílias para que pais e filhos se encontrem, que não seja para dormirem sob o mesmo tecto (é esta a nova definição de família), atendendo à necessidade dos pais obterem rendimentos que permitam um "nível de vida adequado aos tempos modernos", trabalhando mais e mais horas em empregos quantas vezes instáveis, atendendo ainda ao tipo de vida que criámos nas cidades, em que nos levantamos com o sol e chegamos a casa depois dele se ter deitado, consumindo três e quatro horas em transportes que vão furando por entre um caótico trânsito, atendendo às exigências e às dificuldades que hoje representa a educação de uma criança e de um jovem, ...claro que os pais têm toda a razão e, por isso, o Ministério da Educação, que existe também para lhes agradar, também tem.
Mas o que não estamos a perceber é que esta exigência, que já se seguiu a outras de apenas 8 horas, é uma exigência em progresso, que ainda está na sua fase larvar e que vai chegar (quanto tardará não sei, talvez uns trinta anos, cinquenta, quem sabe) a uma fase madura e muito mais perfeita: a E24, ou seja, a escola aberta 24 sobre 24 horas.
Além de se poderem apoiar os pais de um modo muito mais consistente e continuado, sem quebras de ritmo, podendo a escola finalmente incluir no seu currículo as tão proclamadas educação do consumidor, educação sexual, educação do consumo, educação da saúde, educação da autoridade (há tanta falta dela!), educação rodoviária, educação ambiental, educação para os media, educação para a sustentabilidade, educação para a paz, educação para as artes, e tantas outras e tão necessárias educações, sem atropelos desnecessários, além disso, os pais também poderão ganhar a sua vida à vontade, passear e descansar do cansaço do trabalho permanente, constituir novas e renovadas famílias sempre que necessário, além de deixar de ser problemática a perda de quatro ou cinco horas diárias nos trajectos casa-empregos-casa.
Ao Estado, como é óbvio, esta pretensão dos pais vem de encontro a um velho desejo de se transformar na grande oportunidade social educadora de todos os cidadãos, sem favorecer as desigualdades sociais, acolhendo todos, sem excepção, 24 horas por dia.
Finalmente, alcança-se a tão almejada igualdade de oportunidades, ricos e pobres poderão ter, de uma vez por todas (como gostamos desta expressão!), acesso à mesma educação de qualidade, garantida pelo Estado. Podemos dizer que as escolas, aí sim, serão instituições verdadeiramente educadoras e capazes, melhor, totalmente capazes.
Os professores no desemprego poderão ser contratados, todos poderão ser melhor proletarizados, em ambientes e ritmos de trabalho mais cronometrados pelo Ministério da Educação. Num contexto de tanta incerteza social, que mais e melhor poderíamos pedir?
Se a escola pública se oferece para ser uma instituição total, que totalmente ocupa os nossos filhos e netos, que mais poderíamos ansiar como educadores? Se obtemos a sua segurança, a sua educação escolar e o seu pão, que melhor poderemos crer ter? E se a escola agora até acolhe os avós, cada vez mais dependentes e em cima das nossas costas até uma tão avançada idade, nós que temos de trabalhar mais e mais, que melhor instituição poderia haver para acolher, em novas dinâmicas intergeracionais, crianças e avós, 24 horas por dia?
De facto, a E24 é a grande solução social do futuro. Famílias não haverá (e para que é que deveria haver, se os pais não ligam nada aos filhos e os filhos aos pais, se as famílias se fazem e desfazem ao ritmo dos bonecos de neve), os empregos serão cada vez mais precários, incertos e mal pagos (e para quê ser diferente se podemos agora combinar dois e três turnos?), o isolamento das pessoas e sobretudo das mais pobres e sós será ultrapassado (poderemos ficar sós todos juntos e a todo o tempo, em instituições de acolhimento verdadeiro!).
As novas instituições E24 são o futuro por que tanto ansiamos. E o Ministério da Educação português, a pedido dos pais, oferece-nos, por antecipação, este futuro. Portugal mantém, assim, o seu perfil de povo inovador, gente de sensacionais descobertas, que abre novos mundos ao mundo!Que mais e melhor poderei eu dizer?
Viva a E24, a verdadeira revolução da educação promovida pelo Estado, a pedido dos pais!
PS: se alguém considerar este texto exagerado, peço apenas que sobreviva uns cinquenta anos, o que comigo já não ocorrerá!
Joaquim Azevedo, 9 de Abril de 2009
Publicada por PROmova
Independência
inda que grata,
Cumpras por própria.
Manda no que fazes,
Nem de ti mesmo servo.
Niguém te dá quem és.
Nada te mude.
Teu íntimo destino involuntário
Cumpre alto.
Sê teu filho.
Fernando Pessoa
quinta-feira, 16 de abril de 2009
Onde estão os outros Lírios?
Vamos lá.... apareçam e componham o ramo!!
No mínimo, surpreendente...
“Sem eira nem beira”
Canção dos Xutos transformada em manifesto contra Sócrates
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Interpretar esta faixa, cantada pelo baterista Kalu, como um hino contra as políticas do Governo socialista é "deturpar" a intenção do grupo. "Não há aqui alvos a abater", diz, em resposta ao facto de o refrão começar com a frase Senhor engenheiro, dê-me um pouco de atenção. "Não queremos fazer um ataque político a ninguém. A letra exprime mais um grito de revolta. E é um alerta para o estado da Justiça e para uma classe política em geral que, volta e meia, toma atitudes que deixam os cidadãos desamparados", justifica.
SANTANA CASTILHO
Acutilante, frontal e realista!!
Fui "buscá-lo" à nossa amiga Anabela Magalhães.
Clique na imagem para ampliar
«Avaliação dos professores é uma fraude»
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Melhores Escolas: uma prioridade
A resolução reflecte uma necessidade que nós, professores europeus em geral e portugueses em particular, vimos sentindo há muito.
Começa a haver gente que não é assim tão surda, nem tão cega, nem tão muda. Só a nossa tutela continua igual a si própria, por quanto tempo?
Ensino: PE defende maior reconhecimento social dos professores
Educação - 02-04-2009 - 13:58
Os professores são uma peça essencial para uma escola de qualidade e, como tal, devem ser-lhes oferecidos "níveis de reconhecimento social, estatutos e remunerações condizentes com a importância das suas funções", defende o Parlamento Europeu na resolução "Melhores escolas: Uma agenda para a cooperação europeia".
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quarta-feira, 15 de abril de 2009
Nada mais verdadeiro!!
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SÓCRATES E A LIBERDADE, por António Barreto in "Público", 6 de Abril de 2008(?)
http://sorumbatico.blogspot.com/2008/01/scrates-e-liberdade.html
Ânimo companheiras/os
terça-feira, 14 de abril de 2009
Nem só de avaliação vive a luta!
É que, erradamente mas porque convém…, esta tem sido exclusivamente associada à oposição ao novo sistema de avaliação. Claro, tornou-se assim muito mais fácil acicatar o ódio contra os docentes, esses inúteis bem pagos, no dizer de famoso comentarista da praça lusitana, que ainda por cima, Oh suprema infâmia! não querem ser avaliados.
Como se sabe, o Conselho Executivo da Escola de Santo Onofre, Caldas da Rainha, foi destituído por não ter cumprido a lei.
Qual lei? (Elas São Tantas e Tão Contrárias!)
O Dec-lei nº 75/2008, de 22 de Abril, o qual no art.º 62º prevê que «o procedimento do recrutamento do director deve ser desencadeado até ao dia 31 de Março de 2009». Trocando por miúdos, os avisos para o concurso a director deviam ter sido publicados até essa data.
Segundo o Paulo Guinote, que se deu ao trabalho da pesquisa, «até dia 31 de Março, estavam publicados apenas cerca de 600 avisos», isto é, «menos de metade do número de agrupamentos e escolas não agrupadas».
O Paulo conclui, e bem, que «portanto, se o prazo “legal” para isso era o passado dia 31 de Março, tecnicamente as restantes escolas estão em incumprimento da lei, aquela que o SE Pedreira e a ditosa Ministra tanto gostam de clamar que é “para cumprir”».
Vamos ao caso que nos interessa. O «Aviso do procedimento concursal prévio à eleição do director» foi publicado a 3 de Abril. Fora da lei, pois.
Surpresa, surpresa... ou nem tanto!
O prazo de concurso? 10 dias úteis a contar do dia seguinte ao da publicação. Ou seja, acaba na próxima segunda-feira.
Candidatos apressem-se! Mas será bom terem em conta que o procedimento a adoptar, caso nenhum dos candidatos reúna as condições para ser escolhido, não consta do aviso.
Amêndoas amargas
Será por acaso que estas coisas acontecem (assumo: teimo em usar as terminologias antigas) nos períodos de férias?
E afinal os prazos legais são para cumprir, ou não?
A lei é para cumprir, ou não?
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quinta-feira, 9 de abril de 2009
Humor de época - IV
Páscoa adiada para Julho
Ministra da Educação propõe, em conselho de ministros, o adiamento do dia de Páscoa para cumprir promessa.
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Sobrevivemos! 30 dias já cá cantam...
Por enquanto tem sido muito copy/past, seja porque às vezes não há tempo, seja porque ainda não encontrámos o ritmo da escrita ou não conseguimos libertar as palavras que nos afogam, seja porque as nossas fontes são tão irrepreensíveis que é difícil dizer as coisas tão bem como nelas se dizem, seja...
O caminho faz-se caminhando, vamos fazer melhor?!?
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terça-feira, 7 de abril de 2009
PARABÉNS AO NOSSO LÍRIO
Livro de Paulo Guinote
Mais uma Providência Cautelar aceite
A providência cautelar foi apresentada, no Tribunal Administrativo de Viseu, pelo Sindicato dos Professores Licenciados e contou com a apoio expresso da Associação Portuguesa de Professores de Espanhol (APPE).
Logo que Valter Lemos soube da intenção de o sindicato interpor uma acção judicial pela suspensão do concurso, afirmou que não iria requerer o interesse público do concurso.
A ministra da educação e Valter Lemos perdem facilmente a compostura quando os sindicatos colocam acções judiciais. Dão a entender que não convivem bem com a independência dos tribunais.
A probabilidade de o ME voltar a ser condenado pelos tribunais é grande e é bem possível que os actos praticados ao abrigo do decreto regulamentar 1-A/2009 venham a ser impugnados.
Humor de Época - II
- Qual é o seu QI?
O homem responde:
- 150.
Então o robô serve um cocktail perfeito e inicia uma conversa sobre aquecimento global, espiritualidade, física quântica, interdependência ambiental, teoria das cordas, nanotecnologia e por aí.
O tipo ficou impressionado e resolveu testar o robô. Saiu, deu uma volta e voltou ao balcão. Novamente o robô pergunta:
- Qual é o seu QI?
O homem responde:
- Deve ser aí uns 100.
Imediatamente o robô serve-lhe um whisky e começa a falar, agora sobre futebol, fórmula 1, super-modelos, comidas favoritas, armas, corpo da mulher e outros assuntos semelhantes.
O sujeito ficou abismado. Sai do bar, pára, pensa e resolve voltar e fazer mais um teste. Novamente o robô pergunta-lhe :
- Qual é o seu QI?
O homem disfarça e responde:
- Uns 20, acho eu.
Então o robô serve-lhe uma pinga de tinto carrascão, inclina-se no balcão e diz-lhe pausadamente:
- E então, meu, vamos votar no Sócrates outra vez?...
segunda-feira, 6 de abril de 2009
Petição anti-corrupção
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A vergonha de alguns é nenhuma.
Quem quer preservar a dignidade e travar o abuso de poder é preciso que fale e se mexa.
Eu já assinei, sou o 1357.
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Considerando que o referido cidadão foi condenado a 23 de Fevereiro pelo crime de corrupção activa, na sequência da tentativa de corrupção do vereador da Câmara de Lisboa José Sá Fernandes.
Considerando que como agente corruptor Domingos Névoa deve merecer a censura e não o prémio daqueles que são eleitos pelo povo para gerirem a coisa pública.
Os abaixo-assinados reclamam junto das câmaras municipais de Braga, Póvoa de Lanhoso, Amares, Vila Verde, Terras de Bouro e Vieira do Minho, para que reconsiderem na sua decisão e destituam Domingos Névoa do cargo para que foi eleito.
Crise?????
Directores nas escolas ficam caros ao Estado
Governo pode ser obrigado a duplicar subsídios, porque os conselhos executivos devem continuar a receber suplemento, mesmo com novos directores.
O Ministério da Educação poderá ter de continuar a pagar o suplemento salarial aos membros dos conselhos executivos até final do seu mandato, e simultaneamente aos directores que os vão substituir nas direcções escolares.
O secretário-geral da Fenprof garantiu, ao JN, não ter dúvidas quanto à obrigatoriedade de o Governo, no processo de transição dos modelos de gestão escolar, ter de pagar "a dobrar". Os conselhos gerais transitórios das escolas vão ter de escolher os directores até 31 de Maio e Mário Nogueira assegura que o ME vai ter de continuar a pagar o subsídio aos membros dos conselhos executivos (CE) eleitos e que, na maioria dos casos, ainda têm mais um e dois anos de mandato. Contactado pelo JN, o assessor de Imprensa do ME garantiu que, "se houver lugar a pagamentos, esses serão feitos".
Actualmente, recorde-se, os presidentes de CE recebem um suplemento salarial entre os 428 e os 514 euros mensais, enquanto o subsídio dos directores será cerca de 50% superior (consoante o número de alunos do agrupamento seja inferior a 800 ou superior a 1200, poderá oscilar entre os 600 e os 750 euros).
O Governo já aprovou o despacho que fixa o número de adjuntos do director (que aguarda publicação em Diário da República). Os agrupamentos ou escolas com 800 ou menos alunos, em regime diurno, terão direito a um director adjunto; entre 800 a 1200, dois adjuntos; e mais de 1200, três. As escolas tiveram até 31 de Março para definir os critérios de selecção dos directores.
Os sindicatos prometem abrir nova frente de batalha contra o novo modelo de gestão. A Fenprof vai requerer junto do Ministério Público, esta semana, a declaração de ilegalidade do processo de selecção dos directores e vai apoiar os docentes que em cada estabelecimento pretendam impugnar judicialmente o processo.
"Não será uma acção generalizada. Devem ser colocadas duas a três acções por cada região do país, quando o processo de nomeação estiver em curso", explicou Mário Nogueira, garantindo haver "já professores disponíveis para avançar com as acções".
A FNE tem recebido denúncias dos seus docentes contra "processos menos claros", explicou ao JN a dirigente Lucinda Manuel.
domingo, 5 de abril de 2009
SUPER ESCOLA PORTUGUESA
A SUPER-ESCOLA ou o retrato da Escola portuguesa.
Onde estão as melhores escolas do mundo? Claro! Está certo! Em... Portugal.
Ora vejamos com atenção o exemplo de uma vulgar turma do 7º ano de escolaridade, ou seja, ensino básico. Ah, é verdade, ensino básico é para toda a gente, melhor dizendo, para os filhos de toda a gente!
DISCIPLINAS/ÁREAS CURRICULARES NÃO DISCIPLINARES:
É ISSO - CONTARAM BEM - SÃO 15
Carga horária = 36 tempos lectivos.
Não é o máximo ensinar isto tudo aos filhos de toda esta gente? De todo o Portugal? Somos demais, mesmo bons! MAS NÃO FICAMOS POR AQUI!!!!
A Escola ainda: Integra alunos com diferentes tipologias e graus de deficiência, apesar dos professores não terem formação para isso; Integra alunos com Necessidades Educativas de Carácter Prolongado de toda a espécie e feitio, apesar dos professores não terem formação para isso; Não pode esquecer os outros alunos, 'atestado-médico-excluídos' que também têm enormes dificuldades de aprendizagem; Integra alunos oriundos de outros países que, por as mais das vezes não falam um cu de Português, ou melhor, nem sequer sabem o que quer dizer cu; Tem o dever de criar outras opções para superar dificuldades dos alunos, como:* Currículos Alternativos* Percursos Escolares Próprios* Percursos Curriculares Alternativos* Cursos de Educação e Formação.... MAS AINDA HÁ MAIS... A Escola ainda tem o dever de sensibilizar ou formar os alunos nos mais variados domínios: *Educação sexual* Prevenção rodoviária* Promoção da saúde, higiene, boas práticas alimentares, etc.* Preservação do meio ambiente* Prevenção da toxicodependência* Etc, etc... 'peço desculpa por interromper, mas... em Portugal são todos órfãos?' (possível interpolação do Ministro da Educação da Finlândia)
Só se encontra mesmo um único defeito: Os PROFESSORES!!! Uma cambada de selvagens e incompetentes, que não merecem o que ganham, trabalham poucas horas (Comparem com os alunos! Vá! Vá! Comparem!!!). Têm muitas férias, faltam muito, passam a vida a faltar ao respeito e a agredir os pobres dos alunos, coitados! Vejam bem que os Professores chegam ao cúmulo de exigir aos alunos que tragam todos os dias o material para as aulas, que façam trabalhos de casa, que estejam atentos e calados na sala de aula, etc... e depois ainda ficam aborrecidos por os alunos lhes faltarem ao respeito! Olha que há cada uma! COM FRANQUEZA!!!
Vale a pena divulgar ao maior número de pessoas (de preferência não Professores) para que uma visão mais realista se comece a sedimentar.
(escrito por um amigo que não é professor )
sábado, 4 de abril de 2009
sexta-feira, 3 de abril de 2009
"GANDAS OPOTUNIDADES"
Esta é para descomprimir!!
Rir faz bem!! E estamos a precisar!!
Divirtam-se!!
quinta-feira, 2 de abril de 2009
Confirma-se "Assalto" a Santo Onofre
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Para conhecer o desenvolvimento, ler isto e mais isto, no Umbigo.
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Adenda: Já só faltava sermos acusados de...
Foi ontem...
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quarta-feira, 1 de abril de 2009
O ME e as faltas dos alunos, mais um estudo de mentirinha?
Este texto do Paulo Guinote veio na íntegra!
E Qual Foi A Unidade De Análise Usada?
Felizmente já é possível, por estes dias e em parte graças à blogosfera (não necessariamente anónima) denunciar a falta de rigor e oportunismo de certos anúncios propagandísticos do ME.
Vejamos o caso da redução estatística das faltas dos alunos, guardando para o final o meu comentário.
Redução de faltas poderá não ser real, advertem escolas
Os alunos do ensino básico e secundário estão a faltar menos, como agora anunciou o Ministério da Educação (ME), ou são as escolas que estão a contabilizar menos faltas do que aquelas que foram dadas? A polémica estalou na sequência dos dados divulgados segunda-feira, pelo ME, apontando para uma redução, no primeiro período, de 22,5 por cento no número de faltas registado no 3º ciclo e de 22,4 por cento no secundário.
A ministra da Educação atribui o feito ao novo Estatuto do Aluno, que obriga os faltosos à prestação de provas de recuperação. Os números revelam que há meios mais racionais para combater o absentismo do que a “ameaça de chumbo”, disse Maria de Lurdes Rodrigues. “Um progresso absolutamente extraordinário”, comentou o primeiro-ministro.
Mas nas escolas o anúncio está a ser recebido com alguma “perplexidade”. Responsáveis contactados pelo PÚBLICO recordam, a propósito, que por força do novo Estatuto do Aluno, aos estudantes que fizeram provas de recuperação e tiveram positiva, são retiradas as faltas registadas, o que não quer dizer que tenham faltado menos.
“Podem ir acumulando faltas, acumulando provas e ir voltando sempre à estaca zero. É o que a lei prevê”, resume Isabel le Gê, presidente do conselho executivo da escola D. Amélia, em Lisboa. É uma das “perversidades” que aponta ao novo Estatuto do Aluno. O de ir contra a acção formativa que deve ser a da escola: “Promove-se o oportunismo.” “Para os alunos que trabalham e são responsáveis é um insulto”, diz, dando conta de queixas que tem vindo a receber.
“Até se pode estar a promover mais o absentismo e as estatísticas mostrarem o contrário”, admite Maria José Viseu, professora e presidente da Confederação Nacional Independente de Pais, que acrescenta: “Para sabermos se houve ou não uma redução, é preciso ver primeiro quantas faltas foram retiradas do cadastro na sequência das provas de recuperação”.
Nos blogues de professores, a coberto do anonimato, são vários os docentes que dão conta de outras realidades. Por exemplo, casos de directores de turma que não passam para o sistema informático todas as faltas dos alunos de modo a evitarem, assim, a proliferação de provas de recuperação; de professores que, com o mesmo objectivo, começaram a poupar nestes registos.
Tudo o que é relatado nesta peça é real. O novo sistema de registo da assiduidade dos alunos é um convite à farsa. Depois de fazerem a prova de recuperação os alunos têm o cadastro limpo. Para além disso, em ano de sobrecarga e desgaste, andar a marcar faltas para fazer provas de recuperação que ninguém leva a sério está longe de ser estimulante. E mais não digo, porque eu até fiz provas de recuperação e estou a leccionar 2º CEB.
Mas há uma questão que não vi abordada nesta notícia, mas já passou pelos comentários do Umbigo e que se prende com a unidade de análise usada para a marcação de faltas e para os cálculos do ME.
A verdade é que se tornou usual em muitas escolas que a falta a um bloco de 90 minutos corresponda a uma única falta, quando antes isso correspondia a duas faltas por cada bloco de 45 minutos.
Ora se o ME considera, o que seria grave e metodologicamente erróneo se for para efeitos comparativos, por igual faltas a blocos de 45 minutos e a blocos de 90, sem distinguir umas faltas das outras, todos os cálculos e conclusões do chamado Inquérito à Assiduidade estão viciados.
Seria aconselhável, portanto, que o ME esclarecesse a metodologia usada visto que no passado, em relação à assiduidade dos docentes, o que conhecemos é a utilização de truques estatísticos para efeitos demagógicos de mistificação da opinião pública.
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Última Hora
"Perante a escandaleira que reina na Nação, com repercussões negativas no estrangeiro e até nos seus arredores, José Sócrates entregou o seu pedido de demissão às primeiras horas da manhã de hoje, numa atitude inédita, e surpreendente, que ninguém esperava, dado o seu perfil psicológico, e colocou-se à disposição das autoridades portuguesas para conceder todo e qualquer esclarecimento sobre o caso mais quente que abalou e abala a democracia Portuguesa. Freeport."
Vamos acreditar que é mentira?
A seguir com toda atenção estes momentos de mais um episódio da novela de má qualidade em que se transformou a educação em Portugal:
Santo Onofre no Público
Assalto
Santo Onofre - Moção Fresquinha Dos Educadores e Professores do Agrupamento
Por Santo Onofre
1 de Abril ou " A tradição já não é o que era"
A par das facetas de intervenção e partilha, a 3za é o exemplo de professora empenhada, dedicada até à medula, que desenvolve com os alunos um trabalho notável, do qual ela dava evidências (aqui e aqui , por exemplo) muito antes desta febre da Avaliação De Doidos.
Daí que o planeado poste pretendesse dar-lhe um destaque pelas boas razões, pelo testemunho positivo que ela nos dá, no dia-a-dia, vencendo os adamastores, criando com os seus meninos um «admirável mundo novo».
Não quis o acaso.
Comentário puxa comentário, visita com visita se paga, e cá está o poste sobre a Teresa, neste Dia das Mentiras (igual ao de ontem e ao de amanhã), que só lhe faz justiça porque ela é uma fada que as transforma em verdades.
Roubadinho da Teia, aqui fica o poste de hoje:
A tradição já não é o que era...
O Dia das mentiras (ou das inverdades) passou a ser assim como o Natal...
É sempre que se queira (e dê jeito)...
Adenda: enquanto a minha lentidão produzia esta entrada, a Teresa, generosa como é, deu-nos a honra do poste "Manter a voz acesa". Fica o agradecimento aqui, à vista de toda a gente.
Como é que a 3za cá chegou é que não faço ideia. Mas lá que fiquei contente, fiquei!