quinta-feira, 10 de setembro de 2009

O (EM) PRÉSTIMO EMPRESARIAL (FADO TRISTE DA LEI CEGA)

O jovem empresário conseguiu fundar uma empresa.
E como pequeno e médio empresário que se preza,
Desde a viabilidade à necessária papelada,
Não faltou com nada.

Para abrir com préstimo
Pediu um empréstimo
Que lhe foi concedido,
Não a fundo perdido,
Mas com incentivo… fiscal,
O que para começo… não estava mal.

Passados uns tempos,
Vieram contratempos,
E de mal a pior,
Já sem fiador,
Foi de bom pagador
A devedor-mor.

Sem face às despesas,
Com as bolsas tesas
E o fisco a apertar,
Empenhou a casa,
Ficou tábua rasa
Largou-se a chorar.

De pouco valeu,
Apenas sofreu
E ficou doente.
Depois num repente
Com vergonha na cara,
(o que é coisa rara)
Declarou falência
Pedindo clemência.

Foi à Segurança Social
Dar o seu nome
Porque tinha fome,
O que é normal.

Mas como empresário,
Ouviu sem folego,
Que tal como um falsário,
Não tinha direito
Ao fundo de desemprego.


Com a alma dorida
Que já nada consola,
De cabeça perdida
No chão se deitou,
Puxou da pistola
E ali se matou.



Luís Silva Rosa
(Set.º/2009)

Nota: Mais um "retrato" magnífico da situação deste País...É fácil incentivar os jovens Empresários...e os riscos quem os paga? E as consequências quem as sofre?!

1 comentário:

bugsnaEDucação disse...

É caso para dizer: rima e é verdade.
Ah, grande Luís! Neste caso não Camões mas Silva Rosa.
Boa TVstar