quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Quase em cima da passagem...

Não quero acabar este 2009 de má memória sem desejar a todos os portugueses, em especial aos professores e alunos, e ainda mais em particular aos nossos visitantes e às outras flores deste jardim um

Celente 2010!
será? será? será?

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

O palhaço

Ou nós, ou o palhaço.

O palhaço é inimputável.


De: Mário Crespo

O palhaço compra empresas de alta tecnologia em Puerto Rico por milhões, vende-as em Marrocos por uma caixa de robalos e fica com o troco. E diz que não fez nada. O palhaço compra acções não cotadas e num ano consegue que rendam 147,5 por cento. E acha bem.

O palhaço escuta as conversas dos outros e diz que está a ser escutado. O palhaço é um mentiroso. O palhaço quer sempre maiorias. Absolutas. O palhaço é absoluto. O palhaço é quem nos faz abster. Ou votar em branco. Ou escrever no boletim de voto que não gostamos de palhaços. O palhaço coloca notícias nos jornais. O palhaço torna-nos descrentes. Um palhaço é igual a outro palhaço. E a outro. E são iguais entre si. O palhaço mete medo. Porque está em todo o lado. E ataca sempre que pode. E ataca sempre que o mandam. Sempre às escondidas. Seja a dar pontapés nas costas de agricultores de milho transgénico seja a desviar as atenções para os ruídos de fundo. Seja a instaurar processos. Seja a arquivar processos. Porque o palhaço é só ruído de fundo. Pagam-lhe para ser isso com fundos públicos. E ele vende-se por isso. Por qualquer preço. O palhaço é cobarde. É um cobarde impiedoso. É sempre desalmado quando espuma ofensas ou quando tapa a cara e ataca agricultores. Depois diz que não fez nada. Ou pede desculpa. O palhaço não tem vergonha. O palhaço está em comissões que tiram conclusões. Depois diz que não concluiu. E esconde-se atrás dos outros vociferando insultos. O palhaço porta-se como um labrego no Parlamento, como um boçal nos conselhos de administração e é grosseiro nas entrevistas. O palhaço está nas escolas a ensinar palhaçadas. E nos tribunais. Também. O palhaço não tem género. Por isso, para ele, o género não conta. Tem o género que o mandam ter. Ou que lhe convém. Por isso pode casar com qualquer género. E fingir que tem género. Ou que não o tem. O palhaço faz mal orçamentos. E depois rectifica-os. E diz que não dá dinheiro para desvarios. E depois dá. Porque o mandaram dar. E o palhaço cumpre. E o palhaço nacionaliza bancos e fica com o dinheiro dos depositantes. Mas deixa depositantes na rua. Sem dinheiro. A fazerem figura de palhaços pobres. O palhaço rouba. Dinheiro público. E quando se vê que roubou, quer que se diga que não roubou. Quer que se finja que não se viu nada.

Depois diz que quem viu o insulta. Porque viu o que não devia ver.

O palhaço é ruído de fundo que há-de acabar como todo o mal. Mas antes ainda vai viabilizar orçamentos e centros comerciais em cima de reservas da natureza, ocupar bancos e construir comboios que ninguém quer. Vai destruir estádios que construiu e que afinal ninguém queria. E vai fazer muito barulho com as suas pandeiretas digitais saracoteando-se em palhaçadas por comissões parlamentares, comarcas, ordens, jornais, gabinetes e presidências, conselhos e igrejas, escolas e asilos, roubando e violando porque acha que o pode fazer. Porque acha que é regimental e normal agredir violar e roubar.

E com isto o palhaço tem vindo a crescer e a ocupar espaço e a perder cada vez mais vergonha. O palhaço é inimputável. Porque não lhe tem acontecido nada desde que conseguiu uma passagem administrativa ou aprendeu o inglês dos técnicos e se tornou político. Este é o país do palhaço. Nós é que estamos a mais. E continuaremos a mais enquanto o deixarmos cá estar. A escolha é simples.

Ou nós, ou o palhaço.
Mário Crespo

Nota: Mário Crespo!! Que coragem! O jornalista sem medo!!
É com homens e mulheres assim que um País consegue salvar a sua honra!!

domingo, 27 de dezembro de 2009

Parabéns, Reverendo Bonifácio!

Reverendíssimo,
Na impossibilidade de falar a língua dos da sua espécie, encontrei no "Tube" um seu igual a cantar em língua humana, ainda que inglês.

Que tenha um dia feliz, muito feliz, na companhia de quem mais desejar. E que se repita por muitos e melhores anos do que este que vivemos.

Um afago carinhoso nesse pêlo lustroso e fugidio.
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quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Feliz Natal

A todos os que vêm sentir o perfume intermitente destes Lírios da Campos desejo um Feliz Natal.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Está em marcha mais uma aberração

Vem aí um novo programa de Português para o 3º Ciclo (7º/8º9º), a entrar em vigor já no próximo ano lectivo.
Uma série de questões se me coloca. Por economia de tempo, vou às que reputo de mais importantes. Avanço também as respostas que a prática de anos me dita. Oxalá estivesse enganada.

1-Que é da avaliação do programa em vigor?
Que eu saiba não existe, como nunca existiu por parte das várias tutelas da Educação uma avaliação das sucessivas reformas que foram implementando.
2- Então por que é que se muda de programa se não se provou a ineficácia do que está ainda em vigor?
Ah, porque sim! Ok, estamos conversados!
3- E desta vez, vai manter-se o reformismo curto e manco, que apenas mexe no programa e não vê tudo o resto?
Pois parece que sim. E lá teremos nós, alunos e professores, de nos esgadanhar para cumprir o impossível.

Mas ainda vamos a tempo de reagir.

Este abaixo-assinado sobre o "Trabalho Laboratorial (Português EB)" reivindica a melhoria das condições de trabalho para a concretização do programa de Língua Portuguesa do Ensino Básico, nomeadamente o desdobramento das turmas, à semelhança do que se faz nas outras disciplinas de laboratório.

Leia e, se concordar (quem não concordará?), assine e divulgue.

Eu já o fiz.

Aqui fica o link à disposição:

http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/5294

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Desafio... natalício ou não

A Anabela Magalhães, princesa do Tâmega, bateu à nossa porta e entregou nas nossas mãos este desafio que vou deixar - oh, perdoem-me a quebra do ciclo! - às flores deste jardim.

Está mais alguém em casa?

Assim às pressas, eis as minhas respostas... mas só sobre o Natal.

1. Eu já... vivi muitos Natais sem Dezembro e alguns Dezembros sem Natal.

2. Eu nunca... esquecerei o rosto inocente do meu filho a olhar para o céu falando com um menino.

3. Eu sei... que a magia do Natal não é tão mágica assim.

4. Eu quero... guardar a réstia de esperança de que o homem há-de transformar em Natais todos os dias do ano.

5. Eu sonho... com um mundo mais fraterno, doce, justo e, vá lá um pouquinho de egoísmo, com tempo para sermos fraternos, doces e justos.

6. Eu prometo... nada para este Natal, para não falhar tudo.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

GASTOS DE INVERNO

(NATAL PORTUGUÊS)

Neste Inverno, dá vontade de trocar o v pelo f. Não porque sejamos pessimistas, pelo contrário, procuramos antes levar a vida pela positiva, encarar as contrariedades com naturalidade, resolver o que é resolúvel e aceitar com bonomia o inevitável.

No entanto, quando aos rigores próprios da Natureza, se juntam os desmandos impróprios das pessoas – citando Shakspeare – “algo está podre no reino da Dinamarca”.

Atravessamos a quadra natalícia e, embora as autarquias deste País tivessem iluminado as ruas das respectivas urbes, o facto é que não conseguiram iluminar também os corações dos cidadãos. Estes continuam às escuras, meio desorientados, e não se vislumbra no horizonte candeia que os aqueça e alumie.

Vive-se na ilusão das coisas, no adiamento permanente de possíveis soluções na expectativa que “isto melhore”.

Recusamo-nos repetidamente a assumir e enfrentar a realidade, porque nos habituámos a viver segundo os nossos desejos e não segundo as nossas posses. Agarrámos na vida leve do crédito como num elástico que fomos esticando e, à força de repetir o gesto, automatizámos o movimento sem a consciência dos custos acrescidos.

Deste modo, o endividamento foi (e vai) crescendo na razão inversa dos nossos recursos (cada vez mais escassos), correndo o risco de um dia destes o elástico nos rebentar nas mãos.

Neste momento somos, perante toda uma Europa de que nos reclamamos parceiros, o exemplo acabado de como não se deve ser.

Como nos deixámos chegar a este estado? A (s) resposta (s) não é (são) simples. Resulta (m) de um conjunto de circunstâncias históricas que, entrosadas na lusa mentalidade, formaram a teia que nos enredou.

O regime democrático a que (finalmente) acedemos trouxe-nos a ilusão do milagre das rosas. Ansioso que estava, o País entrou na euforia da liberdade, abusou das suas virtudes e distraidamente ficou prisioneiro dos seus vícios.

Desgraçadamente, impingiram-lhe a liberdade como sendo a árvore das patacas e acreditou. Desgraçadamente, confundiu a árvore com a floresta, e tomou a ilusão com a crença de ingerir a realidade.

Os sucessivos governos ajudaram a cimentar a ilusão. Também são co-responsáveis por omissão.

Voluntariamente ou não, demitiram-se da função prioritária de estudar, regulamentar e esclarecer o uso responsável da liberdade, deixando que o laxismo se fosse paulatinamente instalando, antes apostando na modernização a qualquer preço sem a contrapartida da construção estrutural para o exercício capaz da cidadania.

O resultado tem sido a cavalgada da fuga para frente… em direcção não se sabe bem a quê. Talvez a um mar de imensos sacrifícios que só uma (por enquanto inexistente) política de autenticidade possa atenuar.

A prenda de Natal para os portugueses não constituiu surpresa. Com a voracidade de quem parte para a última refeição, consumimos a montanha do crédito até ao arroto final.

No nosso frágil sapatinho, e sem pezinhos de lã, instalou-se a crise… que vai ter um próspero 2010.

Neste Inverno, dá mesmo vontade de trocar o v pelo f.

Luís Silva Rosa

Nota: A lucidez, a sensibilidade e o poder de crítica do nosso amigo e colaborador Luís Silva Rosa…não estão, com toda a certeza, em crise!
Obrigada Luís! Excelente "Retrato do Natal Português".

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Trafulhice segundo MEDINA CARREIRA

NOTA: nada como espreitar o "umbigo" do Paulo

Programa Novas Oportunidades é “trafulhice”, diz Medina Carreira
09h26m


Antigo ministro das Finanças critica o programa Novas Oportunidades. "Enquanto formos governados por mentirosos e incompetentes este país não tem solução", acusou.

Convidado da tertúlia "125 minutos com...", que decorreu no Casino da Figueira da Foz, ontem, terça-feira, Medina Carreira disse ainda que a educação em Portugal "é uma miséria" e que as escolas produzem "analfabetos".

"[O programa] Novas Oportunidades é uma trafulhice de A a Z, é uma aldrabice. Eles [os alunos] não sabem nada, nada", argumentou Medina Carreira.

Para o antigo titular da pasta das Finanças a iniciativa dos Ministérios da Educação e do Trabalho e da Solidariedade Social, que visa alargar até ao 12.º ano a formação de jovens e adultos, é "uma mentira" promovida pelo Governo.

"[Os alunos] fazem um papel, entregam ao professor e vão-se embora. E ao fim do ano, entregam-lhe um papel a dizer que têm o nono ano [de escolaridade]. Isto é tudo uma mentira, enquanto formos governados por mentirosos e incompetentes este país não tem solução", acusou.

As críticas de Medina Carreira estenderam-se aos estudantes que saem das escolas "e não sabem coisa nenhuma".

"O que é que vai fazer com esta cambada, de 14, 16, 20 anos que anda por aí à solta? Nada, nenhum patrão capaz vai querer esta tropa-fandanga", frisou.

Defendeu um regime educativo "exigente, onde se aprenda, porque os empresários querem gente que saiba".

Questionado pela jornalista Fátima Campos Ferreira, anfitriã da tertúlia, sobre a avaliação de professores, Medina Carreira classificou-a de "burrice".

"Se você não avalia os alunos, como vai avaliar os professores?", inquiriu.

Admitiu, no entanto, que os professores terão de ser avaliados, desde que exista "disciplina nas aulas, o professor tiver autoridade, programas feitos por gente inteligente e manuais capazes", argumentou, arrancando aplausos da assistência.

COMENTÁRIO: As Novas Oportunidades podiam ser válidas, caso não houvesse metas irrealistas, caso os Centros Novas Op. não surgissem como cogumelos, caso a última palavra sobre o perfil dos candidatos fosse da responsabilidade do Técnico de Diagnóstico e caso muitos candidatos não estivessem convencidos que copiar coisas da internet é um direito, um dever, um princípio, um fim e um tudo. CLARO QUE RESPEITAR A ESCOLA, OS PROFESSORES E O CONHECIMENTO também ajudava.

Quanto à avaliação dos professores, concordo com Medina Carreira.

NOTA: Ah! Há que dizê-lo, os candidatos das Novas Op. que têm verdadeiramente perfil e dão o seu melhor têm de ser defendidos por quem com eles trabalha. E há pessoas verdadeiramente merecedoras desta nova oportunidade!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Caquexia e Desplante!!

Cito da Revista Sábado da semana Passada. Autoria do artigo: MARIA JOÃO AVILLEZ!

«À atenção de José Sócrates: o que é que o primeiro-ministro quer que a gente pense? Que no seu anterior governo errou no critério e na escolha das políticas em várias pastas ministeriais ou que se está a enganar neste? É que, face às ribombantes marchas-atrás e aos recuos fundamentais nas Finanças, no Ambiente, na Educação e consta que na Cultura - e ainda a procissão vai no adro... - , não se sabe o que pensar: bom era o que estava ou bom é o que está? (Em todo o caso, Maria de Lurdes Rodrigues deveria pedir uma indemnização, era o mínimo por tanta pancada apanhada em nome de bandeiras afinal tão descartáveis.)»

Indemnização, hein??? E não pensem que a D. Mª. João está a ironizar, que ela não é capaz disso. Ela é demasiado senhora de si e leva-se demasiado a sério para perder tempo com ironias. Ela está, como boa portuguesa (!), com saudade do passado, por ventura estará até assobiando a canção: Ó tempo, volta para trás lá lá lá lá traz-me tudo o que eu perdi lá lá lá lá lá.