sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Natal 2010

Apesar da(s) crise(s)... Feliz Natal!
Para quem possa tê-lo.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Parabéns, Querida Amiga e Companheira!


Nossa Star da TV e estrela aqui do jardim,

Desejo-te um dia
feliz, com muuuuuito relaxxxxx, junto dos que amas e te amam.

Dedico-te esta vibração de dança, beatleana, um pouco louca.



(Se isto era loucura, eu quero ser doida, varrida!)

Um abração e muitas beijocas

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Sem Mais e Sem Mas

sábado, 9 de outubro de 2010

Sorriso amarelo

De fonte segura (mas é segredo de estado):
 

Depois do átomo e da descoberta do neutrão, do protão, do fotão, do electrão, do quark, do fermião, do busão, do gluão, José Sócrates Pinto de Sousa acaba de descobrir o pelintrão, um corpo sem massa nem energia que suporta toda a carga.


Com esta descoberta Portugal, para o próximo ano, será um forte candidato ao Prémio Nobel em Física.


Recebido por mail. Obrigada JL Pereira

Petição


Pelo "Fim da atribuição, antes dos 65 anos, das pensões de reforma aos detentores de cargos públicos e políticos, bem como a sua acumulação."


Se concorda, assine aqui.

Via Anabela Magalhães

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Eu também renuncio

Ampliação da ampliação feita em A Educação do meu Umbigo da Renúncia da 4ª República.



Eu renuncio!
Neste momento de aflição em que todos temos de dar as mãos e deixar de olhar só para o nosso umbigo, correspondo ao apelo de quem nos governa e de quem apoia quem nos governa, faço pública parte da lista do que o Estado criou e mantém para minha felicidade, e de que de estou disposto a patrioticamente prescindir.
Assim:
Renuncio a boa parte dos institutos públicos criados com o propósito de me servir;
Seria fastidioso alongar-me nas coisas que o Estado criou para o meu bem estar e que me disponho a não mais poder contar. E lanço um desafio aos leitores do 4R : renunciem também! Apoiemos todos, patrioticamente, o governo a ajudar o País nesta hora de aflição. Portugal merece.

Renuncio à maior parte das fundações públicas, privadas e áquelas que não se sabe se são públicas se privadas, mas generosamente alimentadas para meu proveito, com dinheiros públicos;

Renuncio a ter um sector empresarial público com a dimensão própria de uma grande potência, dispensando-me dos benefícios sociais e económicos correspondentes;

Renuncio ao bem que me faz ver o meu semelhante deslocar-se no máximo conforto de um automóvel de topo de gama pago com as minhas contribuições para o Orçamento do Estado, e nessa medida estou disposto a que se decrete que administradores das empresas públicas, directores e dirigentes dos mais variados níveis de administração, passem a utilizar os meios de transporte que o seu vencimento lhes permite adquirir;

Renuncio à defesa dos direitos adquiridos e à satisfação que me dá constatar a felicidade daqueles que, trabalhando metade do tempo que eu trabalhei, garantiram há anos uma pensão correspondente a 5 vezes mais do que aquela que eu auferirei quando estiver a cair da tripeça;

Renuncio ao PRACE e contento-me com uma Administração mais singela, compacta e por isso mais económica, começando por me resignar a que o governo seja composto por metade dos ministros e secretários de estado;

Renuncio ao direito de saber o que propõem os partidos políticos nas campanhas pagas com milhões e milhões de euros que o Estado para eles transfere, conformando-me com a falta de propaganda e satisfazendo-me com a frugalidade da mensagem política honesta, clara e simples;

Renuncio ao financiamento público dos partidos políticos nos actuais níveis, ainda que isso tenha o custo do empobrecimento desta democracia, na mesma mesmíssima medida do corte nas transferências;

Renuncio ao serviço público de televisão e aceito, contrariado, assistir às mesmas sessões de publicidade na RTP, agora nas mãos de um qualquer grupo privado;

Renuncio a mais submarinos, a mais carros blindados, a mais missões no estrangeiro dos nossos militares, bem sabendo que assim se põe em perigo a solidez granítica da nossa independência nacional e o prestígio de Portugal no mundo;

Renuncio ao sossego que me inspira a produtividade assegurada por 230 deputados na Assembleia da República, estando disposto a sacrificar-me apoiando – com tristeza – a redução para metade dos nossos representantes.

Renuncio, com enorme relutância, a fazer o percurso Lisboa-Madrid em 3h e 30m, dispondo-me - mesmo que contrariado mas ciente do que sacrificio que faço pela Pátria – a fazer pelo ar por metade do custo o mesmo percurso em 1 h e picos, ainda que não em Alta Velocidade.

Renuncio ao conforto de uma deslocação de 50 km desde minha casa até ao futuro aeroporto de Lisboa para apanhar o avião para Madrid em vez do TGV, apesar da contrariedade que significa ter de levantar voo e aterrar pertinho da minha casa.

Renuncio a mais auto-estradas, conformando-me, com muito pena, com a reabilitação da rede nacional de estradas ao abandono e lastimando perder a hipótese de mudar de paisagem escolhendo ir para o mesmo destino entre três vias rápidas todas pagas com o meu dinheiro, para além de correr o triste risco de assistir à liquidação da empresa Estradas de Portugal.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

A campanha de descredibilização continua

Ainda não se fartaram de malhar nos professores!

Ora veja-se o expertismo: Os professores, responsáveis pela crise orçamental ?

Oxalá haja outros Paulos a desocultar estes mistérios...

Óbvios agradecimentos ao infatigável Paulo Guinote.

Ontem também foi

dia de comemorações dos 100 Anos de Republica.

Certamente que a sua decrepitude não se deve à idade. Antes sim a maus exemplares como este deputado da nação, e este barão do PS e arredores, ou ainda o mais alto magistrado da República que se presta a tais papéis, anda meses e meses a dizer tabus, e nunca é bem interpretado, coitadinho. Snif, snif.

Já para não falar no inominável, que não Voldemort.

Quase me apetece a monarquia. Quase.
Que tal esta?





Óbvios agradecimentos à infatigável Anabela Magalhães .

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Dia Mundial dos Professores


«Comemora-se esta terça-feira, 5 de Outubro, o Dia Mundial dos Professores. Este dia assinala a data em que, em 1966, OIT e UNESCO aprovaram a declaração sobre a condição de professor, importante documento que, infelizmente, em muitos aspectos, continua por cumprir, nomeadamente no nosso País.»

in Sala dos Professores

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Setembro chegou!! Ai! Ai!

Pois é…cá estamos nós de volta ao trabalho!!
Aí vêm as reuniões, as grelhas, as planificações, as actas, os PCTs, os Dossiers, os critérios, as ASs, os testes Diagnóstico….ah é verdade…e as aulas!!!
Bom Ano Lectivo!! Muita energia e ânimo para todos!!

quarta-feira, 28 de julho de 2010

BOAS FÉRIAS!!

Ahhhhh!!! Finalmente!!!

terça-feira, 6 de julho de 2010

Açores - Terra de Encanto









AÇORES

Nove ilhas de beleza deslumbrante,
Surgidas do profundo mar imenso,
Que o mundo conheceu porque o Infante
Tornou o nevoeiro menos denso.

Encostas de mosaicos verdejantes
Elevam-se, rumando ao infinito,
Hortênsias, feitas sebe, são constantes,
Tornando o colorido mais bonito.

Ali, onde gigantes residiram,
Os cumes das montanhas que explodiram,
Tornados em lagoas de beleza,

Relembram aos herdeiros dos atlantes
Que até já os primeiros navegantes
Sabiam respeitar a Natureza.

Vítor Cintra
Nota: Visitar os Açores é......emocionar-se com a Natureza!! Linnnndo!!

terça-feira, 15 de junho de 2010

O DDT TECNOCRÁTICO

Por Santana Castilho *

Algo sério terá que acontecer neste país para nos livrarmos de tanta leviandade e incompetência

O Governo resolveu fechar 500 escolas do 1.º ciclo do ensino básico, por terem só 20 alunos. No ano passado e pela mesma razão, prometeu exterminar 4500, quase 60 por cento das existentes então. Anunciou ainda a morte de mais 400, sempre com o olho no alvo: 20. Até nas universidades, 20 deu o mote: cursos com menos de 20 alunos têm vindo a ser liminarmente pulverizados. Porquê 20? Por que se finam 20 e subsistem 21? Tratem os esotéricos das razões, que só podem ser cabalísticas. Vejamos, por ora, premissas e consequências do que está na mira do Governo.

Portugal tem um problema seriíssimo de desertificação do interior e de perda alarmante de vitalidade demográfica. Este problema não se combate, certamente, fechando escolas, maternidades e centros de saúde. Também não se soluciona mantendo-as abertas, a qualquer preço, até ao último resistente. Por isso, a racionalização da rede escolar, como pomposamente o Governo classifica as suas medidas arbitrárias, deveria ser corolário do planeamento do país, a longo prazo. Na ausência de tal referencial estratégico, as intervenções seguidas são meros expedientes para poupar trocos com as aldeias. Entre muitos, dois elementos de ponderação são esmagadores: temos 40.000 professores sem emprego, cuja formação significou um investimento da ordem dos 1200 milhões de euros; e temos uma injustificável dependência alimentar do exterior porque não valorizamos a agricultura. Qualquer orientação de futuro para Portugal passa pelo incremento dos níveis de formação das pessoas e pela modernização e valorização da agricultura, para que deixemos de importar o que comemos. Só estes dois factores de análise, tratados por governantes humanos e cultos, pô-los-ia a trabalhar no sentido de fazer aumentar as populações do interior em vez de as gazear com DDT tecnocrático.

Em muitos locais, o fecho da escola fará desaparecer o derradeiro serviço público ainda aberto. Aumentará o número de crianças de tenra idade apartadas diariamente da família, algumas deslocadas pela segunda vez. Invocando falta de condições nas escolas de origem e em nome duma igualdade que os promotores destas políticas não permitiriam que fosse aplicada aos seus próprios filhos ou netos, centenas de crianças serão obrigadas a sair de casa de madrugada e a percorrer todo o concelho de autocarro.

Em 2003, um decreto-lei, o n.º 7, mandou que em cada concelho se elaborasse uma carta escolar. O objectivo era iniciar o reordenamento da rede nacional das escolas, por recurso ao conhecimento local. Onde estão esses documentos, que careciam de aprovação das assembleias municipais? Não era o PS, agora no governo, adepto da regionalização? Os cidadãos têm o direito a falar, mas não o direito a serem ouvidos. Esmagados pela realidade do andar para trás e amedrontados pela bancarrota anunciada, estão à mercê do imediatismo de quem governa. Numa democracia autêntica, os cidadãos têm uma consciência forte dos seus deveres e dos seus direitos e os governantes respeitam-nos. Mas quando à fragilidade dessa consciência se junta o convencimento messiânico de quem manda, a democracia reduz-se a simples retórica de hemiciclo.

A ignorância do primeiro-ministro classifica de criminosa a manutenção das pequenas escolas. Mas é ele o criminoso pedagógico, não só quando as fecha cegamente mas quando, do mesmo passo, cria centros escolares que poderão albergar uma multidão de 3000 alunos, dos 5 aos 18 anos. Não cabe no âmbito desta crónica fazer uma citação bibliográfica dos inúmeros estudos sobre as consequências das instituições de ensino de tamanho desumano, como estas que envaidecem Sócrates. Mas existem, são unânimes nas conclusões e permitem prever o que se segue: aumento exponencial da violência escolar; gradual perda do sentido de pertença à sua escola por parte dos alunos; diminuição imediata dos custos com salários de professores e consequente aumento, a prazo, dos custos por aluno; aumento pernicioso da competição entre docentes e, numa palavra, retrocesso no clima organizacional da escola pública.

A insanidade que domina a gestão educacional é diluviana: a ministra dos sorrisos acha avançado que um cábula passe do 8.º para o 10.º ano sem frequentar o 9.º, enquanto um estudante sério não tem tal direito; uma arquitecta da Parque Escolar foi além da sua chinela e veio ensinar aos indígenas como eu, professores há mais de 40 anos, o que é uma escola de futuro, uma "learning street", como lhe chama (PÚBLICO de 7.6.10), "... uma escola descentrada da sala de aula, em que os alunos se espalham por espaços informais, com os seus computadores portáteis, cruzando-se com os professores na biblioteca..."; e uma inspecção moribunda e inútil terminou o inquérito às circunstâncias que rodearam o suicídio do professor Luís concluindo "que não há factos merecedores de censura jurídica disciplinar que justifiquem a instauração de procedimentos disciplinares", mas recomendando "uma resposta legalmente adequada e célere às participações apresentadas por todos os elementos da comunidade educativa", o que significa reconhecer que se incumpriu a lei quando o malogrado Luís se queixou, em vão, das sevícias de que se sentia vítima, mas que não vale a pena responsabilizar ninguém.

Algo sério terá que acontecer neste país para nos livrarmos de tanta leviandade e incompetência.

domingo, 30 de maio de 2010

O risco do encolher de ombros

Lembrei-me do «Tanto mar», do Chico.
Mal eu sabia da trapalhada que ia lá pelo Brasil com declarações e desmentidos.
Bem diz o ditado: mentira tem perna curta.

O pior é que de ouvir tanta história mal contada corremos o sério risco da banalização nos tornar indiferentes.

300 mil... ontem na Avenida


«...Hoje compareceram uns largos milhares deles em luta e em número suficiente para eu não me sentir completamente envergonhada com a minha gente que fala, fala, fala... mas...
Ora estes, que hoje prescindiram do seu sábado, que também têm família em casa e montanhas de testes para corrigir, ainda não baixaram os braços, ainda não se acomodaram nesta escola, ainda não se acomodaram neste país feito num oito, ainda não baixaram a cabeça, ainda não perderam a voz....»


Imagem da Net e Recorte do poste de Anabela Magalhães

sábado, 29 de maio de 2010

Hoje, na Avenida...

Era onde eu queria estar. Onde devia estar!

Por motivos alheios à minha vontade, e mais fortes do que ela, não pude ir.
Espero que a manifestação de hoje não desmereça as do ano passado. É crucial que tal não aconteça.

Desta vez, as más línguas não poderão dizer que são interesses corporativos porque motivos de descontentamento não nos faltam, infelizmente, a TODOS!

Mais do que nunca me vem à memória o «Tanto mar» de Chico Buarque. Em versão adaptada:

Já murcharam nossa festa, pá
mas, certamente
esqueceram uma semente nalgum canto de jardim...


terça-feira, 25 de maio de 2010

segunda-feira, 24 de maio de 2010

FARDOS

Ora aqui está o que muitos de nós andamos a pensar e a dizer há...."bué"!!

Obrigada Luís!!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Ovelha Negra

Aviso

Querem-me mansa.
A mim e aos outros.
Comer e calar
Seria o ideal.
Quebrar a espinha
também não está mal.
A mão estendida
A cabeça baixa
Fica sempre bem.

Querem-me mansa
A mim e aos outros
Mas mansa não sou
Porque mansa ...
Mansa é o teu tio, pá!

Pum!
Ovelha Negra - Aviso
Fotografia e texto de Anabela Matias de Magalhães

Vamos então a contas...

Exemplo de Sorved(ouro)

Diário da República nº 28 – I série - datado de 10 de Fevereiro de 2010

RESOLUÇÃO da Assembleia da República nº 11/2010.

Algumas rubricas do orçamento da Assembleia da Republica
Vejamos:
1 – Vencimento de Deputados ......12 milhões 349 mil Euros
2 – Ajudas de Custo de Deputados...2 milhões 724 mil Euros
3 – Transportes de Deputados...... 3 milhões 869 mil Euros
4 – Deslocações e Estadas .........2 milhões 363 mil Euros
5 – Assistência Técnica (??).......2 milhões 948 mil Euros
6 – Outros Trabalhos Especializados (??) ...............3 milhões 593 mil Euros
7 – RESTAURANTE,REFEITÓRIO, CAFETARIA..........................961 mil Euros
8 – Subvenções aos Grupos Parlamentares...............970 mil Euros
9 – Equipamento de Informática............... ........2 milhões 110 mil Euros
10- Outros Investimentos (??)......2 milhões 420 mil Euros
11- Edificios .....................2 milhões 686 mil Euros
12- Transfer’s (??) Diversos (??)..13 milhões 506 mil Euros
13- SUBVENÇÃO aos PARTIDOS na A. R. ................................16 milhões 977 mil Euros
14- SUBVENÇÕES CAMPANHAS ELEITORAIS ........................73 milhões 798 mil Euros

O TOTAL a DESPESA ORÇAMENTADA para o ANO de 2010, é :

€ 191 405 356,61 (191 Milhões 405 mil 356 Euros e 61 cêntimos)

– Ver Folha 372 do acima identificado Diário da República nº 28 – 1ª Série -, de 10 de Fevereiro de 2010

Informação colhida pela Em@ divulgação via Anabela Magalhães

domingo, 9 de maio de 2010

Políticos!!

Políticos corruptos presos?! NÃO!!...Não é cá em Portugal...não se "assustem"!!

Obrigada pelo video, Luís.

sábado, 8 de maio de 2010

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Onde é que eu estava no 25 de Abril?

Naquele 25 de Abril de 1974, luminoso e quente como o deste ano, acordei sobressaltada com o Trim áspero da campainha da porta – não havia telemóveis, eram raros os telefones e as máquinas em geral.
Era a vizinha do 1º andar que, mais ou menos aos gritos, anunciou:
– Ai Senhora Dona L…, anda uma revolução lá por Lisboa!!!

Dei um pulo da cama e, numa excitação incontida, galguei as escadas até à Dona S... pedindo mais informações. Só consegui saber que as rádios transmitiam apenas música.
De repente, lembrei-me da "Grândola", antecedida pela leitura emocionada e emocionante da primeira quadra, que ouvira na Renascença nessa mesma madrugada. Será que tinha alguma coisa a ver com a dita revolução?
A minha mãe continuava gelada, no patamar superior. Toda a família do lado materno vivia na capital e o seu coração apertava-se de angústia.

Ligámos a rádio e ouvimos uma música tipo marcha militar. Na TV - a preto e branco e sem comando, apenas ainda com dois programas e a emitir a partir da tarde, nem sombra da Mira técnica. Só uma multidão de moscas freneticamente piscando num fundo esbranquiçado.


Poucos minutos depois estava na rua. O ambiente era o mesmo de sempre: tranquilo e pacato, típico de uma vila da província.
Ao cimo da rua, o posto da PSP também não aparentava quebra da normalidade.
Na avenida Salazar, o movimento era intenso por ser dia da Feira anual. Mas, junto ao Colégio de Santo António, um monte de gente concentrava-se perto da entrada. As portas estavam fechadas enquanto um contínuo, o Sr António, empoleirado numa escada, pintava de branco uns dizeres escritos a tinta vermelha, algo familiares, obra nocturna do activo núcleo do MRPP local: ABAIXO A GUERRA COLONIAL!... e quejandos.

Eu andava no último ano do curso complementar do liceu, antigo 7º ano, e tinha 17 anos.
Mas no Fundão, aos 17 anos, quase todos entrevíamos o que era a resistência ao regime.


Basta mencionar o nome dos irmãos Paulouro, Armando e António, e o do Jornal do Fundão, sob a batuta deste último. Basta lembrar o sussurrar da frase "está cá a PIDE!"! por entre o caloroso e comovido aplauso às intervenções da intelectualidade portuguesa, e até internacional, no Encontro Nacional de Teatro realizado um par de anos antes.

Desde pequena que via as ramonas da polícia de choque estacionadas à minha porta sempre na noite de 1 de Dezembro quando, a coberto da Restauração, o povo saía à rua e, já que mais não fosse, afrontava a proibição de ajuntamentos e manifestações.

Houve também uma extraordinária professora de inglês no 5º ano, com quem falávamos dos livros, da música, da vida, da liberdade. Com ela fazíamos sessões de leitura e debate da poesia proibida, copiada à mão em folhas de papel Bíblia, e ouvíamos as músicas do Zeca, do Adriano, do Cília, do Zé Mário Branco, recopiadas em cassetes, roufenhas de tanto ouvidas.

E no ano anterior, durante a preparação da nossa récita de pré-finalistas, tinha havido um lápis azul esquartejando poemas como o "Cântico Negro" e o "Tu Piedade", mais aquele murro no estômago quando, ao telefonar para casa do Zeca – Oh, santa ingenuidade adolescente! queríamos convidá-lo para cantar – me respondeu a mulher, com a voz mais natural deste mundo: "O Zeca está preso. É todos os anos assim por alturas do 1º de Maio...".

A manhã do 25 de Abril de 74 foi mesmo, para muitos de nós então, a luz ansiada, a aurora tão apetecida.


Estamos a precisar de outra.

Então e hoje
Elsa Duarte
Imagens da Net
Texto inicialmente publicado aqui.

domingo, 25 de abril de 2010

Mudam-se os tempos...

E mudam-se as vontades, de alguns...

25 de Abril: Fora de Moda from Spam Cartoon on Vimeo.


S (ésse) - 18 de Janeiro de 1974

Direi de meu tempo que havia um S
havia uma sombra e um silêncio
havia um S de sigla e de suspeita
com suas seitas e seus sicários.

Não sei se signo não sei se sina
não sei se simplesmente sujo.
Ou só servil. Ou só sevícia.

Havia um S de Saturno
havia um susto
havia um S de soturno
sobre um S de sol.

De meu tempo direi
que havia um S
de sepulcro.

Sentinela. Sentinelas.

Ou talvez selva. Talvez serpente.
S de sebo e de sebenta: seco seco.

E também senão. E também senil.

Direi de meu tempo direi
que havia um S
sem sentido.

E também Setembro. E também solstício.
Saga e safra.
Ou talvez semente. Ou talvez segredo.

Havia um S de sal e sílex
havia um silvo
Havia um sílaba ciciada.

E também o sonho: entre suar e ser.
(Como um soluço como um soluço.)

De meu tempo direi
que havia um S
de sol e som.
Havia Setembro e um assobio
Contra um S
de sombra e de silêncio.

Manuel Alegre


Poema copiado do Estou na Sesta

António Barreto em entrevista ao DN/TSF

"As revoluções são sempre incompletas, sempre"

(...)

Concretamente, em relação à educação, o que tem a dizer?

Em relação à educação, o que está no haver é a universalização. Todas as crianças, todos os jovens vão à escola, a escolarização é completa, a rede escolar cobre o País inteiro, toda a gente tem acesso à educação e à escola, não há barreiras definitivas. O apoio social é considerável, não é muito grande, mas é considerável, há bolsas de estudo, até mesmo para o ensino secundário e ainda mais no ensino superior. Isto é o que está no haver, está conseguido. Parece um lugar-comum, que é uma coisa simples. Não é. Para Portugal, não é. Portugal puxou o analfabetismo e a falta de educação até muito tarde, só nos finais nos anos 60, meados, nos finais dos anos 60, ainda no antigo regime, é que começou a haver qualquer coisa no sentido de estimular, fomentar a educação. Recordo que o programa do eng. Veiga Simão, quando foi ministro do Marcelo Caetano, era democratizar a educação. A democratização da educação começou ali. Mas, de facto, foi depois do 25 de Abril que as coisas atingiram a dimensão que atingiram. O que está no deve? Que os princípios inspiradores – a teoria geral, a estratégia, a organização filosófica, cultural e política da educação – deram errado. As modas efémeras, as modas pedagógicas, a inversão de tantas funções… o facto de hoje se dizer em Portugal – e creio que noutros países, não é um facto só português – “o importante são as competências, não é saber.” Isto a meu ver é um erro. Há quem diga que é mais importante uma pessoa saber ler o horário do comboio ou a bula do medicamento do que ler Camões ou Platão, isto é outro erro. A democracia cultural e da educação é dar a toda a gente Platão, Aristóteles, Camões, seja o que for. Isso é que é saber. Substituir por competências é um erro. Dizer que na sala de aula são todos iguais, professores e alunos, é outro erro. Dizer que aprender é um prazer e não um trabalho e um esforço é outro erro. Estes princípios – dizer que a sala de aula é um sítio de aprendizagem, não é um sítio de ensino – são outro erro. São estas inversões nos princípios que presidem à educação que a meu ver deram errado. E deram errado, vejam-se os resultados.

Texto integral aqui, via A Educação do meu Umbigo

25 de Abril... Sempre!

25 de Abril

Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo

Sophia de Mello Breyner Andresen


"já não se fazem revoluções assim" - a imagem documental na construção da memória do 25 abril 1974 from mab on Vimeo.



ABRIL COM "R"

Trinta anos depois querem tirar o r
se puderem vai a cedilha e o til
trinta anos depois alguém que berre
r de revolução r de Abril
r até de porra r vezes dois
r de renascer trinta anos depois

Trinta anos depois ainda nos resta
da liberdade o l mas qualquer dia
democracia fica sem o d.
Alguém que faça um f para a festa
alguém que venha perguntar porquê
e traga um grande p de poesia.

Trinta anos depois a vida é tua
agarra as letras todas e com elas
escreve a palavra amor (onde somos sempre dois)
escreve a palavra amor em cada rua
e então verás de novo as caravelas
a passar por aqui: trinta anos depois.

Manuel Alegre

Poemas daqui e daqui


domingo, 18 de abril de 2010

«Vamos ser sérios. Vamos ser solidários. Vamos lutar por uma Escola Decente. »

Poste copiado do blogue A Educação do meu Umbigo


PARTICIPAÇÃO DISCIPLINAR MUITO GRAVE:

Professora agredida: Leonídia Marinho Grupo Disciplinar: 10º B – Filosofia

Agressor:********


Contextualização:


Dia vinte e seis de Março de 2010. Último dia de aulas. Às 14 horas dirigi-me à sala 15 no Pavilhão A para dar a aula de Área de Integração à turma 10º DG do Curso Profissional de Design Gráfico. Propus aos alunos a ida à exposição no Polivalente e à Feira do Livro, actividades a decorrer no âmbito dos dias da ESE. A grande maioria dos elementos da turma concordou, com excepção de três ou quatro elementos que queriam permanecer dentro da sala de aula sozinhos. Deixar que os alunos fiquem sozinhos na sala de aula sem a presença do professor é algo que não está previsto no Regulamento Interno da Escola pelo que, perante a resistência dos alunos que não manifestavam qualquer interesse nas actividades supracitadas decidi que ficaríamos todos na sala com a seguinte tarefa: cada aluno deveria produzir um texto subordinado ao tema “A socialização” o qual me deveria ser entregue no final da aula. Será preciso dizer qual a reacção dos alunos? Apenas poderei afirmar que os alunos desta turma resistem sempre pela negativa a qualquer trabalho porque a escola é, na sua perspectiva, um espaço de divertimento mais do que um espaço de trabalho. Digamos que é uma Escola a fingir onde TUDO É PERMITIDO! É muito fácil não ter problemas com os alunos. Basta concordar com eles e obedecer aos seus caprichos. Esta não é, para mim, uma solução apaziguadora do meu estado de espírito. Antes pelo contrário. A seriedade é uma bússola que sempre me orientou mas tenho que confessar, não raras vezes, sinto imensas dificuldades em estimular o apetite pelo saber a alunos que têm por este um desprezo absoluto. As generalizações são abusivas. Neste caso, não se trata de uma generalização abusiva mas de uma verdade inquestionável. Permitam-me um desabafo: os Cursos Profissionais são o maior embuste da actual Política Educativa. Acabar com estes cursos? Não me parece a solução. Alterem-se as regras.


Factos ocorridos na sala de aula:


Primeiro Facto:

Dei início à aula não sem antes solicitar aos alunos que se acomodassem nos seus lugares. Todos o fizeram exceptuando o aluno ***********, que fez questão de se sentar em cima da mesa com a intenção manifesta de boicotar a aula e de desafiar a autoridade da professora. Dei ordem ao aluno para que se sentasse devidamente e este fez questão de que eu o olhasse com atenção para verificar que ele, ***********, já estava efectivamente sentado e ainda que eu não concordasse com a sua forma peculiar de se sentar no contexto de sala de aula, seria assim que ele continuaria: sentado em cima da mesa. Por três vezes insisti para que o aluno se acomodasse correctamente e por três vezes o aluno resistiu a esta ordem.


Reacção da maioria dos elementos da turma: Risada geral.
Reacção do aluno *********: Olhar de agradecimento dirigido aos colegas porque afinal a sua “ousadia” foi reconhecida e aplaudida.
Reacção da professora: sensação de impotência e quebra súbita da auto-estima. Senti este primeiro momento de desautorização como uma forma que o aluno, instalado na sua arrogância, encontrou de me tentar humilhar para não se sentir humilhado.

Como diria Gandhi, “O que mais me impressiona nos fracos, é que eles precisam de humilhar os outros, para se sentirem fortes…” Saliento que neste primeiro momento da aula a humilhação não me atingiu a alma embora essa fosse manifestamente a intenção do aluno.

Segundo Facto:
Dei ordem de expulsão da sala de aula ao aluno **********, com falta disciplinar. O aluno recusou sair da sala e manteve-se sentado em cima da mesa com uma postura de “herói” que nenhum professor tem o direito de derrubar sob pena de ter que assumir as consequências físicas que a imposição da sua autoridade poderá acarretar.

Nem sempre um professor age ou reage da forma mais correcta quando é confrontado com situações de indisciplina na sala de aula. Deveria eu saber fazê-lo? Talvez! Afinal, a normalização da indisciplina é um facto que ninguém poderá negar. Deveria ter chamado o Director da Escola para expulsar o aluno da sala de aula? Talvez…mas não o fiz. Tenho a certeza de que se tivesse sido essa a minha opção a minha fragilidade ficaria mais exposta e doravante a minha autoridade ficaria arruinada.

Dirigi-me ao aluno e conduzi-o eu própria, pelo braço, até à porta para que abandonasse a sala. O aluno afastou-me com violência e fez questão de se despedir de uma forma tremendamente singular: colocou os seus dedos na boca e em jeito de despedida absolutamente desprezível, atirou-me um beijo que fez questão de me acertar na face com a palma da mão. Dito de uma forma muito simples e SEM VERGONHA: Fui vítima de agressão. Pela primeira vez em aproximadamente vinte anos de serviço. Intensidade

Física da agressão: Média (sem marcas).

Intensidade Psicológica e Moral da agressão: Muito Forte.

Reacção dos alunos: Riso Nervoso. Reacção do aluno **********: Ódio visível no olhar.

Reacção da professora: Humilhação.

Ainda que eu saiba que a humilhação é fruto da arrogância e que os arrogantes nada mais são do que pessoas com complexos de inferioridade que usam a humilhação para não serem humilhados, o que eu senti no momento da agressão foi uma espécie de visita tão incómoda quanto desesperante. Acreditem: a visita da humilhação não é nada agradável e só quem já a sentiu na alma pode compreender a minha linguagem.

Terceiro Facto: O aluno preparava-se para fugir da sala depois de me ter agredido e, conforme o Regulamento Interno determina, todos os alunos que são expulsos da sala de aula terão que ser conduzidos até ao GAAF, Gabinete de Apoio ao Aluno e à Família. Para o efeito, chamei, sem êxito, a funcionária do Pavilhão A, que não me conseguiu ouvir por se encontrar no rés-do-chão. Enquanto tal, não larguei o aluno para que ele não fugisse da escola (embora lhe fosse difícil fazê-lo porque os portões da escola estão fechados).


Mais uma vez, o aluno agrediu-me, desta vez, com maior violência, sacudindo-me os braços para se libertar e depois de conseguir o seu objectivo, começou a imitar os movimentos típicos de um pugilista para me intimidar. Esta situação ocorreu já fora da sala de aula, no corredor do último piso do Pavilhão A.

Reacção dos alunos (que entretanto saíram da sala para assistir à cena lamentável de humilhação de uma professora no exercício das suas funções): Risada geral.

Reacção do aluno ********: Entregou-se à funcionária que entretanto se apercebeu da ocorrência.

Reacção da Professora: Revolta e Dor contidas que só o olhar de um aluno mais atento ou mais sensível conseguiria descodificar. Porque, acreditem: dei a aula no tempo que me restou com uma máscara de coragem que só caiu quando a aula terminou e sem que nenhum aluno se apercebesse.

Entretanto, a funcionária bateu à porta para me informar que o aluno queria entrar na aula para me pedir desculpa pelo seu comportamento “exemplar”.

Diz-se que um pedido de desculpas engrandece as partes: quem o pede e quem o aceita. Não aceitei este pedido por considerar que, fazendo-o, estaria a pactuar com um sistema em que os professores são constantemente diabolizados, desprestigiados e ameaçados na sua integridade física e moral. Em última análise, a liberdade não se aliena. O aluno escolheu o seu comportamento. O aluno deverá assumir as consequências do comportamento que escolheu e deverá responder por ele. É preciso PUNIR quem deve ser punido. E punir em conformidade com a gravidade de cada situação. A situação relatada é muito grave e deverá ser punida severamente. Sou suspeita por estar a propor uma pena severa? Não! Estou simplesmente a pedir que se faça justiça.

Vamos ser sérios. Vamos ser solidários. Vamos lutar por uma Escola Decente.

Ps: Este caso já foi participado na Polícia e seguirá para Tribunal.

Ermesinde, 30 de Março de 2010

A Professora _________________________

sexta-feira, 16 de abril de 2010

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Abaixo-Assinado


"O processo de avaliação de desempenho dos docentes no ano lectivo 2008/2009 foi caótico e ferido de um enorme número de arbitrariedades. Nomeadamente os critérios para a atribuição das menções de Muito Bom e Excelente variaram de escola para escola, havendo aliás várias situações em que os docentes não foram sequer avaliados.

É inaceitável que uma situação que o próprio Ministério da Educação reconhece ter sido caótica conduza a situações de injustiça irreparáveis. O Ministério da Educação tem plena consciência do que se passou e sabe das injustiças que tal provocaria.

Porque acreditam que ninguém tem o direito de impor graves injustiças tendo plena consciência de que o está a fazer, os professores e educadores abaixo-assinados exigem ao Ministério da Educação que, para o concurso aberto no passado dia 12 destinado designadamente para contratação, não sejam tidas em conta para efeitos de graduação para concurso as menções atribuídas nas avaliações do ano de 2009."

As classificações atribuídas na Avaliação de Desempenho em 2009 não podem ser factor de Graduação Profissional para concurso

Se és Professor, assina!
Clica sobre a hiperligação a vermelho.

Poste copiado do blogue Anabela Magalhães.
Abril/2010

terça-feira, 13 de abril de 2010

E não se pode importá-la?



Obrigada Rui

sexta-feira, 9 de abril de 2010

A Serra da Estrela

Estivemos lá!! Ar puro, sol radioso, neve…bastante! Ski…nada mau! Pistas “arranjadinhas” embora pequenas!! A montanha não dá para mais…é o que temos!!

Gostámos!! Fica o convite: para quem conhece, vá de novo, para quem nunca foi…vá conhecer. Além disso…é a NOSSA SERRA.





terça-feira, 6 de abril de 2010

"Tornar-se Pessoa"

Este comentário do Luís, nosso dedicado comentador e colaborador, não podia ficar nas traseiras do jardim. Merece ser lido e admirado aqui na entrada principal. Não é, estrelinha?

Bem-haja, Luís, e parabéns pela sua escrita saborosa e certeira.
Persistiremos no sonho, mesmo que às vezes não o sonhemos tão colorido.


A tarefa é grande, pesada e difícil. Mas, apesar das lágrimas, não podemos desistir.
O meu modesto contributo para o alento que carecemos: TORNAR-SE PESSOA



Ser pessoa é tão difícil
É ser um ser tão diferente
É um estudo continuado
Que nunca está acabado
Seja homem ou mulher
É busca de perfeição
Na humana condição
de não ter o que se quer

Junta o sentir à razão
Num grande aperto de mão
Logo surgem os cansaços
Depressa se quebram os laços

O ser humano é assim
Às vezes quebra e insiste
Outras até desiste
E nunca atinge o seu fim

Embora se mude sempre
Até sem ter que mudar
Decerto pouco se alcança
Ao se deixar de sonhar

E quem sonhar com a razão
Mesmo que isso lhe doa
É com certeza diferente
Dá novo aperto de mão
Deixando assim de ser gente
para se tornar PESSOA!

Luís Silva Rosa