terça-feira, 23 de março de 2010

O professor é a ALMA do processo educativo



Nota:Obrigada! Obrigada! Obrigada!

domingo, 21 de março de 2010

Não importa a morte... o ‘prof’ até era louco!

"Segundo os jornais 'Público' e 'i', o professor de Música que se suicidou a 9 de Fevereiro deste ano, parou o carro na Ponte 25 de Abril, em Lisboa, e atirou-se ao rio Tejo. No seu computador pessoal, noticiam os dois diários, deixou um texto que afirmava: 'Se o meu destino é sofrer, dando aulas a alunos que não me respeitam e me põem fora de mim, não tendo outras fontes de rendimento, a única solução apaziguadora será o suicídio', disse o licenciado em Sociologia.
O 'i' coloca o 9B no centro deste caso, escrevendo que os problemas do malogrado professor tinham como foco insultos dentro da sala de aula, situações essas que motivaram sete participações à direcção da escola, que em nada resultaram.
E à boa maneira portuguesa, lá veio o director regional de Educação de Lisboa desejar que o inquérito instaurado na escola de Fitares esclareça este caso. Mas também à boa maneira deste país, adiantou que o docente tinha uma 'fragilidade psicológica há muito tempo'.
Só entendo estas afirmações num país que, constantemente, quer enveredar pelo caminho mais fácil, desculpando os culpados e deixar a defesa para aqueles que, infelizmente, já não se podem defender.
É assim tão lógico pensarmos que este senhor professor, por ter a tal fragilidade psicológica, não precisaria de algo mais do que um simples ignorar dos sete processos instaurados àquela turma e que em nada deram? Pois é. O ‘prof’ era maluco, não era? Por isso, está tudo explicado.
A Direcção Regional de Educação de Lisboa (DREL), à boa maneira portuguesa, colocou psicólogos na tal turma com medo que haja um sentimento de culpa. E não deveria haver? Não há aqui ninguém responsável pela morte deste professor? Pois é, era maluco, não era?
José Joaquim Leitão afirmou que os meninos e meninas desta turma devem ser objecto de preocupação para que não haja traumas no futuro. 'Temos de nos esforçar para que estas situações possam ser ultrapassadas. Trata-se de jovens que são na sua generalidade bons alunos e que não podem transportar na sua vida uma situação de culpa que os pode vir a condicionar pela negativa', afirmou.
Toca a tomar conta dos meninos e meninas porque não pode haver um sentimento de culpa. É verdade! O ‘prof’ era louco, não era?
Não estou a dizer que haja aqui uma clara relação causa-efeito. Mas alguma coisa deve haver. Existem documentos para analisar, pessoas a interrogar, algumas responsabilidades a apurar. Por isso, neste 'timing', a reacção da DREL é desequilibrada. Só quem não trabalha numa escola ou não lida com o ambiente escolar pode achar estranho (colocando de lado a questão do suicídio em si) que um professor não ande bem da cabeça pelos problemas vividos dentro da sala de aula em tantas escolas deste país.
Não se pode bater nos meninos, não é? Os castigos resultantes dos processos disciplinares instaurados aos infractores resultam sempre numa medida pedagógica, não é? Os papás têm sempre múltiplas oportunidades para defenderem os meninos que não se portaram tão bem, não é? É normal um aluno bater no professor, não é? É normal insultar um auxiliar, não é? É normal pegar fogo à sala de aula ou pontapear os cacifes, não é? É normal levar uma navalha para o recreio, não é? É também normal roubar dois ou três telemóveis no balneário, não é? E também é normal os professores andarem com a cabeça num 'oito' por não se sentirem protegidos por uma ideia pedagógica de que os alunos são o centro de tudo, têm quase sempre razão, que a vida familiar deles justifica tudo, inclusive atitudes violentas sobre os colegas a que agora os entendidos dão o nome de 'bullying'?
De que valem as obras nas escolas, os 'Magalhães', a educação sexual, a internet gratuita ou os apelos de regresso à escola, uma espécie de parábola do 'Filho Pródigo' do Evangelho de São Lucas (cap.15), se as questões disciplinares continuam a ser geridas de forma arcaica, com estilo progressista, passando impunes os infractores?
Só quem anda longe do meio escolar é que ficou surpreendido com o suicídio do pequeno Leandro ou com o voo picado para o Tejo do professor de Música. Nas escolas, antigamente, preveniam-se as causas. Hoje, lamentam-se, com lágrimas de crocodilo, os efeitos. O professor era louco, não era? Tinha uma clara fragilidade psicológica, não tinha? Pobre senhor. Se calhar teve o azar de ter que ganhar a vida a dar aulas e não conheceu a sorte daqueles que a ganham a ditar leis do alto da sua poltrona que, em nada, se adequam à realidade das escolas de hoje."

Ricardo Miguel Vasconcelos
http://www.correiodominho.pt/cronicas.php?id=1403
Nota: Não encontro palavras para comentar..... mas SINTO O DEVER DE DIVULGAR.

segunda-feira, 15 de março de 2010

"HONESTIDAD"



Nota: Muiiiiito bem "nuestros hermanos"!! Excelente filme para ensinar e responsabilizar OS PAIS. ADOREI!!

sábado, 13 de março de 2010

sexta-feira, 12 de março de 2010

Frágil!

É um desabafo. O i noticia o suicídio de um professor de música. Ao que consta, não controlava os alunos. Consta também que não tinha já muito cabelo. E os alunos lebravam-no disso. Eu sei como é. Alguns dos meus alunos também me lembram que o meu nariz tem milímetros a mais. Coisas de "crianças", são tão pândegas! Não é por mal. As reacções à morte anunciada do professor são as do costume: o professor tinha "fragilidades psicilógicas", os alunos apontados como tendo contribuído ALEGADAMENTE para o suicídio do professor vão ter apoio psicológico, os pais desses alunos estão indignados por os associarem a tal acto, etc.. Dentro de dois ou três dias o caso sai da agenda mediática e morre. Morto está, sem dúvida, o colega frágil. Já não tem que assistir às notícias sobre a sua morte. Mas, se tivesse, muito provavelmente, dirigia-se novamente para a ponte 25 de Abril e mergulharia no Tejo. Na escola, na sociedade e no mundo, não há espaço para quem é frágil!

Digam lá que não merecemos uns açoites!?

Já há alguns anos que eu digo que os professores são tontos... pois são, não me digam que não porque é fácil de constatar:
Insistem em fazer visitas de estudo.

E porque é que isso é prova de tontice me perguntareis vós?

Ora não se vê logo, pergunto eu?

1. Tudo pode acontecer desde os alunos se portarem como é usual , a algum se desviar do percurso e perder-se ou até haver algum acidente.
2. Corresponde a muito mais que oito horas de trabalho.
3. Não só não recebemos horas extraordinárias, nem "descontamos" as horas sequer em tempos não lectivos, como TEMOS QUE REPOR AS HORAS EM QUE FALTÁMOS ÀS OUTRAS AULAS!!! Horas essas em que estivemos sessenta minutos em cada hora a trabalhar.
4. Passamos por GAZETEIROS perante os pais dos alunos das turmas que não foram à visita e a quem só importa que as suas crianças não tiveram a aula que era suposto.
5. Passamos por GAZETEIROS perante a maioria do pais dos alunos que foram. (Escusam de negar, para muitos alunos até pode ser interessante mas é visto como um "passeio", logo pelos pais também).
6. Temos que fazer um projecto, organizar e avaliar a visita....
Avaliar???
Como é que se avalia uma coisa dessas?
Fazemos uma prova de avaliação no final para ver se os alunos se lembram do que o guia disse? Do percurso?
Das épocas, das matérias ou conteúdos que até se devem ter trabalhado nas aulas?
Gostou/Não gostou da visita? Cruzinha...

Pois, ninguém precisa de no-los dar, nós açoitamo-nos o suficiente...
Agora tenham a lata de dizer que não somos tontos.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Deputados na Suécia - ISTO É UM BOM EXEMPLO!!



Nota: Pois é!! Há diferenças ENORMES que, de tão enormes, chegam a ser inatingíveis!! Obrigada pelo link, Luís.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Que geração estamos a criar?

Quando um aluno entra na escola às 8h e sai às 20h, tem pai/mãe em média 3h por dia. Que geração estamos a criar?

PUBLICO.PT
Contra a escola-armazém
Daniel Sampaio

Merece toda a atenção a proposta de escola a tempo inteiro (das 7h30 às 19h30?), formulada pela Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap). Percebe-se o ponto de vista dos proponentes: como ambos os progenitores trabalham o dia inteiro, será melhor deixar as crianças na escola do que sozinhas em casa ou sem controlo na rua, porque a escola ainda é um território com relativa segurança. Compreende-se também a dificuldade de muitos pais em assegurarem um transporte dos filhos a horas convenientes, sobretudo nas zonas urbanas: com o trânsito caótico e o patrão a pressionar para que não saiam cedo, será melhor trabalhar um pouco mais e ir buscar os filhos mais tarde.
Ao contrário do que parecia em declarações minhas mal transcritas no PÚBLICO de 7 de Fevereiro, eu não creio à partida que será muito mau para os alunos ficar tanto tempo na escola. Quando citei o filme Paranoid Park, de Gus von Sant, pretendia apenas chamar a atenção para tantas crianças que, na escola e em casa, não conseguem consolidar laços afectivos profundos com adultos, por falta de disponibilidade destes. É que não consigo conceber um desenvolvimento da personalidade sem um conjunto de identificações com figuras de referência, nos diversos territórios onde os mais novos se movem.
O meu argumento é outro: não estaremos a remediar à pressa um mal-estar civilizacional, pedindo aos professores (mais uma vez...) que substituam a família? Se os pais têm maus horários, não deveriam reivindicar melhores condições de trabalho, que passassem, por exemplo, pelo encurtamento da hora do almoço, de modo a poderem chegar mais cedo, a tempo de estar com os filhos? Não deveria ser esse um projecto de luta das associações de pais?
Importa também reflectir sobre as funções da escola. Temos na cabeça um modelo escolar muito virado para a transmissão concreta de conhecimentos, mas a escola actual é uma segunda casa e os professores, na sua grande maioria, não fazem só a instrução dos alunos, são agentes decisivos para o seu bem-estar: perante a indisponibilidade de muitos pais e face a famílias sem coesão onde não é rara a doença mental, são os promotores (tantas vezes únicos!) das regras de relacionamento interpessoal e dos valores éticos fundamentais para a sobrevivência dos mais novos. Perante o caos ou o vazio de muitas casas, os docentes, tantas vezes sem condições e submersos pela burocracia ministerial, acabam por conseguir guiar os estudantes na compreensão do mundo. A escola já não é, portanto, apenas um local onde se dá instrução, é um território crucial para a socialização e educação (no sentido amplo) dos nossos jovens. Daqui decorre que, como já se pediu muito à escola e aos professores, não se pode pedir mais: é tempo de reflectirmos sobre o que de facto lá se passa, em vez de ampliarmos as funções dos estabelecimentos de ensino, numa direcção desconhecida. Por isso entendo que a proposta de alargar o tempo passado na escola não está no caminho certo, porque arriscamos transformá-la num armazém de crianças, com os pais a pensar cada vez mais na sua vida profissional.
A nível da família, constato muitas vezes uma diminuição do prazer dos adultos no convívio com as crianças: vejo pais exaustos, desejosos de que os filhos se deitem depressa, ou pelo menos com esperança de que as diversas amas electrónicas os mantenham em sossego durante muito tempo. Também aqui se impõe uma reflexão sobre o significado actual da vida em família: para mim, ensinado pela Psicologia e Psiquiatria de que é fundamental a vinculação de uma criança a um adulto seguro e disponível, não faz sentido aceitar que esse desígnio possa alguma vez ser bem substituído por uma instituição como a escola, por melhor que ela seja. Gostaria, pois, que os pais se unissem para reivindicar mais tempo junto dos filhos depois do seu nascimento, que fizessem pressão nas autarquias para a organização de uma rede eficiente de transportes escolares, ou que sensibilizassem o mundo empresarial para horários com a necessária rentabilidade, mas mais compatíveis com a educação dos filhos e com a vida em família.
Aos professores, depois de um ano de grande desgaste emocional, conviria que não aceitassem mais esta "proletarização" do seu desempenho: é que passar filmes para os meninos depois de tantas aulas dadas - como foi sugerido pelos autores da proposta que agora comento - não parece muito gratificante e contribuirá, mais uma vez, para a sua sobrecarga e para a desresponsabilização dos pais.
© Copyright PÚBLICO Comunicação Social SA
Nota: Por acaso, desta vez, até concordo com Daniel Sampaio!! Mas...quem é que ouve estas opiniões?! Parece que só alguns!!