quinta-feira, 24 de novembro de 2011


Imagem do Anabela Magalhães que, por sua vez, a trouxe do blogue Da Nação.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Explicando a crise...

...com burros!

Explicando a crise com burros
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Com os agradecimentos ao Zé Pereira que nos mandou esta lição.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

11/11/11 – O FIM DO ENSINO

Em tempos passou um sábio por um reino, deixando todos maravilhados com a sua sabedoria. De tal modo sábio, mas também ousado, propôs ao rei ensinar o seu burro a falar no espaço de um mês, a troco duma quantia acordada. O rei, como gostava de possuir aquilo que mais ninguém tinha, aceitou a proposta. O sábio, passado o mês, vai ao palácio real entregar o burro, uma vez que havia já cumprido o seu trabalho. No dia seguinte, o rei mandou que trouxessem o homem à sua presença, indignado por este não ter ensinado o burro a falar e reclamando o seu dinheiro de volta. Então, com uma atitude humilde, o sábio disse que não devolveria o dinheiro porque tinha, de facto, e ao contrário do que o rei afirmava, ensinado o burro a falar. “Como, se ele não fala?”, perguntou o rei, furioso. Então o sábio respondeu, seguro de si: “Isso não é problema meu. Eu ensinei, ele é que não aprendeu.” O rei era um homem sensato, apesar das suas manias, pelo que deixou o homem ir em paz.

Esta parábola antiga evidencia aquilo que é fundamental para que a aprendizagem aconteça: um lado a ensinar e outro a aprender. Quem não quiser, ou não tiver condições à partida para fazer uma determinada aprendizagem, não a fará. E nesse caso não se podem apontar culpas a quem ensina. Ora, este é o grande drama do ensino na atualidade. Os alunos não são burros, mas se a sua atitude não for a adequada face à aprendizagem, também não aprenderão, e isso não quer dizer que o professor não esteja a cumprir o seu papel. Por vezes ouve-se de alguns alunos e de alguns pais (e não só) que os professores não ensinam. Seria importante que tivessem esta parábola em mente.

Quem teima em atribuir culpas aos professores tem de olhar para esta realidade, uma vez que o comportamento dos alunos é o grande responsável pelo seu insucesso. Então pode questionar-se… A quem compete mudar este estado de coisas? E resposta é simples… É a quem permite que isto aconteça. Não são os professores que ensinam os comportamentos incorretos aos alunos, nem são eles que produziram a legislação que empecilha todo e qualquer trabalho sério no sentido de os disciplinar.

Nas situações mais complicadas manda-se para a rua. (Muitos professores não mandam por causa daquilo que está escrito neste parágrafo.) Para mandar para a rua é preciso preencher papéis. Depois os pais contestam os papéis, às vezes com mais papéis. Para fazer um conselho disciplinar é preciso que haja muitos papéis desses, de preferência acompanhados por outros papéis, acrescentados por quem instaurar o processo, se for caso disso. O conselho de turma propõe uma pena que poderá não agradar ao diretor da escola, nem aos membros do conselho pedagógico. Quer dizer, lá no fundo concordam, mas não decidem de acordo com a sua consciência com receio de que venham outros papéis: dos pais, da sua associação, da psicóloga, da direção regional ou do ministério… que façam tudo voltar atrás. Isso obrigaria a analisar de novo os antigos papéis e a apreciar os novos papéis, a equacionar anteriores receios e os novos receios. No fim, os diretores e os conselhos pedagógicos acabarão, em regra, por decidir aquilo que mais agradar aos pais, que é uma simples repreensão escrita ou o arquivar do processo. Escusado seria dizer que o professor poderá muito bem vir a ser apontado, pelo aluno e pelos pais, como o culpado por tudo isto.

Mas as questões disciplinares são muito mais complexas do que aquilo que se restringe a uma sala de aula. Nas muitas escolas onde os problemas disciplinares não têm o desfecho que deviam ter, os alunos passam de boca em ouvido a mensagem “aqui podemos fazer o que quisermos porque não nos acontece nada”. Isso inclui estragar equipamentos, agredir colegas, insultar professores e funcionários. Obviamente, assim já se percebeu que não se vai lá e que ambos perdem: os professores, porque se desgastam e desmotivam; os alunos, porque não aproveitam como poderiam as aprendizagens que os professores lhes tentam passar.

Não cumprindo o seu papel, o ensino chegou ao fim. Já não é ensino porque deixou de haver educação. O ensino não sobrevive à ausência de educação. Daqui a uns tempos não se chame ensino a “isto”, porque “isto” já não o será. Utilize-se ou invente-se outra palavra. Porque gostamos de números curiosos, podemos propor como data simbólica para o fim do ensino o dia 11/11/11, onde cada 1 existe a par com outro 1. Facílimo de recordar, por muito tempo que passe.

Paz à sua alma.

António Galrinho

Professor





Nota: Voltei....com este texto que acabei de receber....

terça-feira, 5 de julho de 2011

Revogação imediata do actual modelo de avaliação do desempenho docente

14 DIAS
depois da tomada de posse do Governo, os processos kafkianos da avaliação dos professores continuam a desenrolar-se, nas escolas, completamente incólumes.

Tomada de posição a favor da revogação imediata do actual modelo de avaliação do desempenho docente

Sábado, 2 de Julho de 2011Tomada de posição a favor da revogação imediata do actual modelo de avaliação do desempenho docente

PELA REVOGAÇÃO IMEDIATA DO ACTUAL MODELO DE AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DOCENTE E DE TODOS OS SEUS PROCESSOS E CONSEQUÊNCIAS, EM NOME DA SERIEDADE E DA CONFIANÇA


Sua Excelência,
Senhor Primeiro-ministro, Dr. Pedro Passos Coelho.
C/C
Sua Excelência,
Senhor Ministro da Educação e Ciência, Prof. Dr. Nuno Crato.


É pública a discordância de Vossa Excelência relativamente à filosofia que enforma o actual modelo de avaliação do desempenho dos professores, a qual se suporta na total desresponsabilização da tutela e na completa ausência de dimensão externa, alienando o processo ao arbítrio da avaliação entre pares, em que qualquer um está em condições de avaliar qualquer outro, sem se cuidar do reconhecimento da autoridade, da formação, do rigor, do acautelar de conflitos de interesses e da isenção.
É, também, pública a forma enfática como Vossa Excelência tem rejeitado os processos em que se tem vindo a concretizar a implementação deste modelo de avaliação, chegando ao ponto de os qualificar, adequadamente, como "monstruosos" e "kafkianos".
De igual forma, os professores conhecem o seu empenho e convicção em revogar o actual modelo de avaliação, caso contrário não se exporia à acusação de eleitoralismo quando procurou eliminá-lo, no Parlamento, em Março de 2011, do mesmo modo que são testemunhas, tanto do seu aproveitamento eleitoral da figura e das ideias do Professor Santana Castilho, como da sua afirmação de que possuía uma alternativa ao modelo actual ou, ainda, das suas declarações públicas, em sucessivas entrevistas, que iam no sentido do compromisso em acabar com a vigência de tamanha aberração burocrática, pelo que os professores não compreendem outra decisão que não seja a de verem revogado, nos próximos dias, este modelo.
Certamente, não ignora Vossa Excelência, até porque o Professor Santana Castilho deve tê-lo elucidado à saciedade e o Professor Nuno Crato ainda ontem o reafirmou no Parlamento, que este modelo de avaliação não garante condições mínimas de fiabilidade, de seriedade e de imparcialidade, constituindo, quer o principal foco de conflitualidade e de instabilidade nas escolas, quer o pretexto contraproducente para ocupações burocráticas e para produções folclóricas e artificiais que, além de inúteis e destituídas de qualquer impacto positivo nas aprendizagens dos alunos, se consumam num processo opaco de atribuição de classificações que impede, mercê da sua natureza sigilosa, qualquer possibilidade de escrutínio público da avaliação do mérito dos avaliados, sendo susceptível de gerar injustiças, seja sob a forma de favorecimentos, de prejuízos e, mesmo, de incontrolada subjectividade ou incapacidade na avaliação.
Não está em causa acreditar que Vossa Excelência proporá uma nova avaliação (até tomo a liberdade de lhe sugerir que, para aumentar a fiabilidade e a isenção do processo, o docente que vai mudar de escalão possa ser objecto de uma classificação de serviço que resulte da média das classificações atribuídas pelo coordenador de departamento/grupo disciplinar, pelo director e pelo inspector da IGE, uma vez reorganizada esta estrutura por áreas científicas/disciplinares), mas, uma vez consciente do carácter arbitrário, perturbador e injusto do modelo em vigor, torna-se um imperativo de seriedade e de preservação da relação de confiança com os professores que Vossa Excelência despache no sentido da cessação imediata dos processos avaliativos que decorrem, neste momento, nas escolas, inviabilizando que cheguem ao seu termo e gerem injustiças irreparáveis, tanto em termos de progressões na carreira e de concursos, como ao nível da deterioração dos climas relacionais e do regular funcionamento das escolas.
Se Vossa Excelência optar por legitimar este ciclo avaliativo, permitindo a sua finalização, estará, de todo, ciente de ficar associado a uma farsa avaliativa e de ser o responsável pela quebra irreversível da confiança que milhares de professores depositaram em Vossa Excelência, com todas as consequências que daqui advirão em termos, quer da avaliação pública da sua credibilidade, quer da disponibilidade dos professores para se envolverem activamente na concretização das mudanças que postula para a escola pública.
Na expectativa de que prevalecerá o seu sentido de exigência e de fidelidade às iniciativas e intervenções pré-eleitorais e eleitorais, aguardo a sua decisão de revogação imediata do modelo de avaliação de professores em vigor e a declaração de nulidade de todos os processos em curso e suas consequências.
Subscrevo-me, respeitosamente,
Octávio V. Gonçalves
Professor do quadro da Escola Secundária de S. Pedro, em Vila Real.

Enviada, no dia 2 de Julho de 2011, ao Primeiro-Ministro e com conhecimento ao Ministro da Educação e Ciência.

Para quem desejar enviar esta ou outra tomada de posição, aqui ficam os endereços do Primeiro-Ministro e do Ministro da Educação:


Morada do Primeiro-Ministro
Primeiro-Ministro, Dr. Pedro Passos Coelho
Rua da Imprensa à Estrela, 4 - 1200-888 Lisboa
Correio electrónico do Primeiro-Ministro: pm@pm.gov.pt


Morada do Ministro da Educação
Ministro da Educação, Prof. Dr. Nuno Crato
Av. 5 de Outubro, 107, 1069-018 Lisboa
Correio electrónico do Ministro da Educação: gme@me.gov.pt
Publicada por Octávio V. Gonçalves