Pois é! Fazem-se sempre montes de coisas em nome de qualquer coisa. Porque a coisa mais importante é o nome. Tudo tem nome, o nome põe-se em tudo. Pousa e alapa, deixa uma marca indelével, pode até causar um estigma.
O nome por si só, enquanto substantivo, não é bom nem mau, identifica apenas. A partir daí, quando passa a adjectivo, cumpre uma porção de tarefas – classifica, caracteriza, julga, modela e desfaz.
Quando se fala e/ou se age em nome de... alguém, deve estar-se devidamente habilitado para o efeito, pressupõe-se uma responsabilidade assumida.
Se é em nome de... conceitos, é passível de se instalar a dúvida. Para a dissipar, é necessária a convicção do emissor e/ou a credulidade do receptor.
No nosso País usa-se e abusa-se da expressão, o que nos leva a concluir que como tudo o que é demais é moléstia, nem os propósitos nem os resultados são, por isso mesmo, os melhores.
Age-se libertinamente em nome da democracia, fala-se em nome do colectivo para alcançar o objectivo próprio, promove-se a greve em nome do trabalho, atenta-se contra a vida alheia em nome da justiça, e mais uma série de dislates em nome de... por aí fora.
Enfim, há um acentuado desnorte nos conceitos da nossa gente em nome dos quais se pretende encontrar um Norte.
Afinal, quando se fala ou age em nome de... não é em nome próprio. Ou porque já se o perdeu, ou porque ainda se não o encontrou.
De qualquer modo, estamos perante um problema de identidade. De nada nos serve estarmos a tapar os olhos ou assobiar e olhar para o lado. Habituámo-nos a que os vizinhos, os amigos e/ou o Estado resolvam os nossos problemas e quando a coisa falha, vivemos de expedientes em nome da sobrevivência.
O Norte raramente surge por acaso. Para o encontrarmos temos que nos munir dos conhecimentos e instrumentos adequados, acima de tudo temos que ter a vontade de o procurar e de o querer encontrar.
E o Norte é o que nós quisermos, é o nosso País, a nossa cidade, a nossa casa, a nossa vida. Porque é da nossa vida que se trata. Não leva ninguém a lado nenhum falar e/ou agir em nome disto ou daquilo quando, na verdade, o que conta são os interesses de cada um.
O que precisamos urgentemente de perceber é que esses interesses só poderão estar instalados com solidez nas nossas vidas, se houver um mínimo de convergência de vontades que permitam a criação de raízes que vinguem, que sejam convenientemente regadas e adubadas, e que a planta daí resultante, após as necessárias podas cresça forte, ordenada e sadia. Só então poderemos colher os desejados frutos.
Se os nossos interesses próprios não tiverem um (pelo menos) interesse comum, não tarda que se percam por entre outros, que nos aparecem vindos de todo o lado, maiores e já bem enraizados; ou que se percam ainda por os atirarmos uns contra os outros.
Os Partidos Políticos são o esteio do nosso sistema e a população vota em seu nome.
Há muito que deixámos de os ouvir falar nos seus programas porque estão desfasados da realidade actual, e ainda que não se questionem as suas intenções não podem dessa forma cumprir o seu nobre dever.
Cumpre-nos assumir a nossa quota-parte de responsabilidade por, integrados neles ou como cidadãos votantes, não termos ainda levado a cabo as reformas programáticas e o reposicionamento político para podermos votar na realidade e não em nome dela.
Ou queremos um País com vida própria em que Governo, Oposição e Cidadãos assumam a responsabilidade de o serem e conviverem sadiamente, ou não, mas depois apenas falaremos no seu nome.
Tudo o resto faz parte (ainda que com custos próprios) da crise existencial da nossa juventude democrática.
Luís Silva Rosa
O nome por si só, enquanto substantivo, não é bom nem mau, identifica apenas. A partir daí, quando passa a adjectivo, cumpre uma porção de tarefas – classifica, caracteriza, julga, modela e desfaz.
Quando se fala e/ou se age em nome de... alguém, deve estar-se devidamente habilitado para o efeito, pressupõe-se uma responsabilidade assumida.
Se é em nome de... conceitos, é passível de se instalar a dúvida. Para a dissipar, é necessária a convicção do emissor e/ou a credulidade do receptor.
No nosso País usa-se e abusa-se da expressão, o que nos leva a concluir que como tudo o que é demais é moléstia, nem os propósitos nem os resultados são, por isso mesmo, os melhores.
Age-se libertinamente em nome da democracia, fala-se em nome do colectivo para alcançar o objectivo próprio, promove-se a greve em nome do trabalho, atenta-se contra a vida alheia em nome da justiça, e mais uma série de dislates em nome de... por aí fora.
Enfim, há um acentuado desnorte nos conceitos da nossa gente em nome dos quais se pretende encontrar um Norte.
Afinal, quando se fala ou age em nome de... não é em nome próprio. Ou porque já se o perdeu, ou porque ainda se não o encontrou.
De qualquer modo, estamos perante um problema de identidade. De nada nos serve estarmos a tapar os olhos ou assobiar e olhar para o lado. Habituámo-nos a que os vizinhos, os amigos e/ou o Estado resolvam os nossos problemas e quando a coisa falha, vivemos de expedientes em nome da sobrevivência.
O Norte raramente surge por acaso. Para o encontrarmos temos que nos munir dos conhecimentos e instrumentos adequados, acima de tudo temos que ter a vontade de o procurar e de o querer encontrar.
E o Norte é o que nós quisermos, é o nosso País, a nossa cidade, a nossa casa, a nossa vida. Porque é da nossa vida que se trata. Não leva ninguém a lado nenhum falar e/ou agir em nome disto ou daquilo quando, na verdade, o que conta são os interesses de cada um.
O que precisamos urgentemente de perceber é que esses interesses só poderão estar instalados com solidez nas nossas vidas, se houver um mínimo de convergência de vontades que permitam a criação de raízes que vinguem, que sejam convenientemente regadas e adubadas, e que a planta daí resultante, após as necessárias podas cresça forte, ordenada e sadia. Só então poderemos colher os desejados frutos.
Se os nossos interesses próprios não tiverem um (pelo menos) interesse comum, não tarda que se percam por entre outros, que nos aparecem vindos de todo o lado, maiores e já bem enraizados; ou que se percam ainda por os atirarmos uns contra os outros.
Os Partidos Políticos são o esteio do nosso sistema e a população vota em seu nome.
Há muito que deixámos de os ouvir falar nos seus programas porque estão desfasados da realidade actual, e ainda que não se questionem as suas intenções não podem dessa forma cumprir o seu nobre dever.
Cumpre-nos assumir a nossa quota-parte de responsabilidade por, integrados neles ou como cidadãos votantes, não termos ainda levado a cabo as reformas programáticas e o reposicionamento político para podermos votar na realidade e não em nome dela.
Ou queremos um País com vida própria em que Governo, Oposição e Cidadãos assumam a responsabilidade de o serem e conviverem sadiamente, ou não, mas depois apenas falaremos no seu nome.
Tudo o resto faz parte (ainda que com custos próprios) da crise existencial da nossa juventude democrática.
Luís Silva Rosa
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Nota: Aos autarcas eleitos, que EM NOME DE PORTUGAL...se candidataram, o desejo de que governem honrando o seu próprio nome e o do seu País.
Nós cidadãos prometemos uma atitude crítica, cooperante e muito atenta.
Ao Luís um bem-haja por mais um contributo.
2 comentários:
Para os amigos, um selinho em dia de aniversário :)
http://revisitaraeducacao.blogspot.com/2009/10/dois-anos-partilhar.html
Beijinhos :)
Grande Luís! Uma inspiração inesgotável!
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