Concorrer a professor titular, além de um acto de incoerência, é contribuir para a farsa e o divisionismo que o ME tenta impor nas escolas
Como professora e como membro do PROmova reconheço que a manobra da abertura de um "faz-de-conta que é um concurso de acesso a professor titular" não é nada que não estivessemos todos à espera. Este é o costumeiro e useiro comportamento destes políticos sem dignidade, sem princípios e sem formação. São seres que já nos habituaram a esperar deles o pior que um ser humano pode cultivar: a mentira, a hipocrisia e a imprevisibilidade daquilo que nestes senhores é completamente previsível - a manobra anti-ética do ponto de vista da seriedade política e mesmo anti-social.
Assim, não é possível sequer imaginar que haja qualquer colega que tendo lutado ao longo destes últimos anos por uma política de educação mais digna, se proponha neste momento a alinhar numa estratégia deste tipo que apenas pode valer para homens e mulheres que não tenham consciência de que os professores e as escolas não são meros peões do ministério da Educação, são antes de tudo e para além de tudo, fortíssimos pilares que sustentam e formam as mentalidades dando origem a uma cultura, a uma identidade social e a uma história individual e colectiva.
Suscitar neste momento mais uma vez a divisão dos professores, atirar-lhes um rebuçado envenenado é uma manobra vergonhosa, mesmo quando estamos a falar de um governo que já nos mostrou a capacidade excelente de actuar ao mais baixo nível. Na total falta de princípios, este governo e em especial a ministra da Educação são de facto muito bons...
Mas os professores não querem pessoas excelentes na maldade, os professores querem pessoas dignas de confiança e seres íntegros no modo como entendem a política educativa e na honestidade com que gerem um dos maiores alicerces de uma nação - a educação.
Por isso, no meu entender, concorrer neste momento a professor titular é contribuir para esta farsa em que o ministério da Educação nos colocou a todos, homens e mulheres que têm apenas como objectivo mudar o rumo da educação em Portugal, fazer do ensino um processo de aprendizagem digno e credível, fazer deste país um país mais rico na formação científica, social e humana.
Eu apelaria a todos os professores em situação de concorrerem à prova pública de acesso à categoria de professor titular, para que não o fizessem, de forma a mostrar toda a sua coerência profissional e toda a sua dignidade pessoal que tantos revelaram ao longo destes anos de luta difícil com este governo.
É preciso concentrarmos os nossos esforços de modo a derrubar este governo e não em compactuar com situações que apenas contribuem para que nos afundemos cada vez mais num mal-estar geral nas escolas e na impossibilidade de vislumbrar um futuro digno para os nossos filhos e para todas as novas gerações, os quais têm direito a que lhes seja legado um universo de possibilidades efectivas e não meramente ilusórias como acontece neste momento.
Temos que ser professores que façam de Portugal um país bem melhor e não seres subservientes de um governo que em nada contribuiu para a realização de uma melhor educação ou de uma melhor sociedade. Esta é a altura certa para negar este ministério e estas políticas!
Este é o começo de um outro caminho, só temos que dizer: NÃO!
Esta é a minha posição pessoal sobre as actuais notícias. Não pude deixar de vincar a minha posição....
Maria Alfredo Luz
(NEP e NBlogger)
PUBLICADA POR PROMOVA
Nota: Se todos os colegas fossem assim...a decisão era fácil!! O problema é: os oportunistas, os sem carácter, os....outros.
Esta situação revolta as entranhas, enjoa, sinto náuseas!!
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
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4 comentários:
Sempre em cima do acontecimento... mesmo quando este ocorre quando estamos num muito merecido descanso!
Pois é, estou convencido que vai ser outra vez uma vergonha, por um lado os oportunistas por outro aqueles que sabendo do oportunismo não vão querer ser "oportunamente" ultrapassados.
Ó raça!
Nem mais, Reverendo!! Aí está o problema que me revolta as entranhas...ser fiel aos princípios ou ser ultrapassado por quem os não tem.
Abração
Não!!!!Afinal, queremos ser titulares, ou queremos acabar com a divisão da carreira??
Abaixo a divisão! Morra a divisão, morra PIM!
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