O jovem empresário conseguiu fundar uma empresa.
E como pequeno e médio empresário que se preza,
Desde a viabilidade à necessária papelada,
Não faltou com nada.
Para abrir com préstimo
Pediu um empréstimo
Que lhe foi concedido,
Não a fundo perdido,
Mas com incentivo… fiscal,
O que para começo… não estava mal.
Passados uns tempos,
Vieram contratempos,
E de mal a pior,
Já sem fiador,
Foi de bom pagador
A devedor-mor.
Sem face às despesas,
Com as bolsas tesas
E o fisco a apertar,
Empenhou a casa,
Ficou tábua rasa
Largou-se a chorar.
De pouco valeu,
Apenas sofreu
E ficou doente.
Depois num repente
Com vergonha na cara,
(o que é coisa rara)
Declarou falência
Pedindo clemência.
Foi à Segurança Social
Dar o seu nome
Porque tinha fome,
O que é normal.
Mas como empresário,
Ouviu sem folego,
Que tal como um falsário,
Não tinha direito
Ao fundo de desemprego.
Com a alma dorida
Que já nada consola,
De cabeça perdida
No chão se deitou,
Puxou da pistola
E ali se matou.
Luís Silva Rosa
(Set.º/2009)
Nota: Mais um "retrato" magnífico da situação deste País...É fácil incentivar os jovens Empresários...e os riscos quem os paga? E as consequências quem as sofre?!
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1 comentário:
É caso para dizer: rima e é verdade.
Ah, grande Luís! Neste caso não Camões mas Silva Rosa.
Boa TVstar
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