E pedagógicos e PEDAGÓGICOS.
ESCOLA SECUNDÁRIA COM 3º CICLO DE FERREIRA DIAS
TOMADA DE POSIÇÃO DA CCAD
A sete meses de terminar o actual ciclo de avaliação de desempenho de docentes, referente a dois anos lectivos, após longo e aturado esforço no sentido de operacionalizar o procedimento em vigor, recorrendo a elevado espírito de profissionalismo de todos os seus elementos, a CCAD considera que:
- O procedimento em vigor em nada melhorou em relação ao anterior, continuando a estar demasiadamente burocratizado, sofrendo de anomalias várias que o tornam desajustado da realidade das escolas e dos princípios que devem nortear a avaliação dos docentes;
- Nesta altura, são ainda demasiadas as questões e as dúvidas na sua implementação. Na ausência de regras precisas e claras por parte da tutela, as escolas não têm respostas inequívocas para os constantes pedidos de esclarecimento sobre o processo. Por isso, e devido às pressões de calendário, as escolas têm de decidir de acordo com o seu entendimento da legislação produzida. Ainda que agindo de forma convicta, é inevitável que, por vezes, uma escola decida de forma diferente de uma outra;
- Qualquer procedimento deve ter, à partida, decididos e publicitados todos os dados e os mecanismos necessários à sua aplicação, e isso não se passa com o processo em vigor;
- Perante este procedimento, fonte geradora de conflitos, sente-se na escola um desconforto crescente que se traduz por um aumento do tempo dedicado pelos docentes à sua operacionalização em detrimento do tempo que devia ser dedicado às tarefas fundamentais de Ser Professor: Ensinar e Gerir a Escola onde nos inserimos. O ambiente organizacional deteriora-se cada vez mais. E, como sempre, resta-nos o incomensurável empenho de todos no sentido de que tal não se reflicta nas aprendizagens dos nossos alunos;
- Quem está no terreno a fazer todos os possíveis e impossíveis para operacionalizar o procedimento sabe bem que é humanamente impossível levar as tarefas até ao fim, de forma rigorosa e consensual, respeitando os valores de equidade e de ética imprescindíveis nestes casos;
Por tudo isto, e por muito mais que só na vivência diária de quem trabalha na escola é possível percepcionar, a CCAD da ESFD solicita à tutela competente que considere anular este procedimento para o ciclo actual, substituindo-o por um outro, simplificado, de aplicação exequível em sete meses. Em simultâneo, que sejam também tomadas, por antecipação, todas as decisões necessárias referentes ao próximo ciclo avaliativo de 2011/2013.
Queremos ser avaliados, mas correctamente avaliados!
Os elementos desta CCAD têm demonstrado perante a ESFD e perante a tutela que tudo fizeram para isso. Antevendo todos os passos ainda a realizar e sentindo já um enorme esgotamento, cremos ser este um procedimento quase impossível de concretizar. Estamos completamente ao dispor para descrever todas as dificuldades sentidas quando a tutela o solicitar.
Tomada de posição aprovada por unanimidade
no Conselho Pedagógico
Cacém, 25 de Janeiro de 2011
3 comentários:
CCAD ser? Se dependesse dos lírios, acontecia algo que não fizesse de nós mais papistas que o Papa. Como não depende... Acho que vamos fazer um lindo portfólio. Sejamos sérios: o país está um mimo, a economia está exuberante, as pessoas são lúcidas e agem com coerência. Os governantes são um exemplo de seriedade, incapazes de contradições e excessos, mas, acima de tudo, fazem sempre aquilo que prometem. Ninguém nos acrescentou horas e horas nos horários, nem nos cortou nos "honorários", nem nos sobrecarrega de coisas inúteis. Há, portanto, que cumprir as normas avaliativas, um modelo, aliás, de lógica sábia. É hora de reflectir, criticar (em sentido figurado, claro!), digitalizar, relatar, documentar....eu sei lá! É tudo tão estimulante!!!
É preciso ter coragem para enfrentar toda esta onda de grelhas, relatórios, portefólios e...o diabo a quatro. Oh época de doidos...para o que haviamos de estar guardadas!!
Eu cá estou disposta a dizer "Não faço"!!
Bem só vos digo, se nos encostarem à parede vão ter muita papelada para desfolhar, que vai ser "à japonesa".
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