segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Por vezes o caro... também sai caro, e...

... o que podia ser um Paraíso vira um Inferno.
Paga, Zé! Aguenta, Zé! Cala, Zé!

Amarante mirando-se no Tâmega infecto

Hoje empresto a voz a quem vive este pesadelo.
Para ficar a par dos pormenores desta catástrofe siga até aqui e aqui.

A que interesses se deve esta "barragem de silêncio nacional" sobre um assunto tão grave quanto este?
E que país é este que, sem punição, em pleno século XXI e em plena Europa, se dá ao desplante, à lata, à irresponsabilidade, ao crime de ter no seu território um rio Tâmega neste estado caótico, moribundo, agonizante?

E apesar das obras de alindamento do Largo de S. Gonçalo, com recurso a projecto do arquitecto Távora, galeria técnica xpto e da enormesca fatia de dinheiro do erário público enterrada naquela obra granítica, não sei como foi possível não precaver situações como a que hoje pudemos assistir e que foi apenas mais uma das muitas que ocorrem em pleno coração da cidade de Amarante.
Ao que parece, e segundo o técnico da empresa Águas do Ave que vinha "resolver" o caso, a tubagem foi mal dimensionada e, de quando em vez, a pressão exercida pelo detritos é de tal ordem que rebenta com umas tampas que por lá existem na galeria técnica criando uma cascata imunda, nojenta e pestilenta que cai cá bem de cima, em pleno muro que sustenta o Largo de S, Gonçalo...
Anabela Magalhães

O Tâmega – que já foi rio às portas de Amarante – agoniza a reserva de água na «zona sensível» (Decreto-Lei n.º 152/97, de 19 de Junho) da albufeira do Torrão, pela carga de nutrientes que lhe é vertida no leito.
Desde há muitos anos, em toda a extensão da albufeira criada pela Barragem do Torrão (Alpendorada - Marco de Canaveses), a prolífica cultura de algas azuis dá um colorido endémico muito verde, intensamente pastoso e pestilento às águas, imediatamente a jusante da cidade de Amarante. As suas margens, classificadas de «domínio público hídrico», outrora debruadas de areias douradas são agora pântanos de lodos negros, fétidos e nojentos onde se acumulam pastas verdes, sobras marginais de todo o tipo, lixos e latas, testemunhos de uma deplorável morbidez planetária que a civilização insustentável alcançou em terras amarantinas e o Estado consente.O rio é vital para o concelho e a região, onde a cidade alivia os efluentes que poderiam afogar a obsoleta ETAR de Amarante, pronta a ser desmantelada e substituída há vários anos – concluída e inaugurada apenas há 10 (Fev.1999) com «equipamentos de última geração vindos expressamente de Inglaterra». (Ler mais aqui.)

José Emanuel Queirós

Cascata de esgoto. Ainda bem que as fotos não têm cheiro!

Fotografias de Anabela Magalhães

2 comentários:

Anabela Magalhães disse...

Ampliaste, Linda! Mais uma vez obrigada pela tua sensibilidade e por dares uma mão a este meu rio moribundo.
Beijocas

bugsnaEDucação disse...

Ora pois, só podia.
Às segundas teremos Tâmega.