A vida está má. Muito má. O que nos resta? Insultar, no mais íntimo das nossas almas os infelizes que nos fazem penar. Somos civilizados, o que é uma grande maçada, logo, temos de insultar em privado e sorrir em público. Eu sou uma pessoa que gosta de insultar, confesso. Porém, com tanta razão de queixa, estava a ficar muito limitada em termos lexicais. Dava por mim a repetir sempre as mesma coisas: “palhaços”, “ macacos” e pouco mais. Por isso, deixo aqui, generosamente, uma lista de insultos, recolhidos da obra de António Vitorino D'Almeida, "Tubarão 2000", livro excelentíssimo, que dá conta do que é ser português. Cá vai:
atolambados
basbaques
sebentos
bisbórrias
bestas
cavalgaduras
mentecaptos
lazarentos
emplastros
patolas
ronhentos
destrambelhados
badamecos
calhordas
ramelosos
salafrários
sevandijas
bigorrilhas
panotilhas
biltres
tipórios
títeres
pilhastras
delambidos
gandulos
ranhosos
safardanas
pindéricos
xexés
patarecos
peralvilhas
macróbios (não micróbios, mas também)
engadanhados
labregos
pespegos
tartamudos
bilhostres
mostrengos
javardos
matulagem
pulguentos
bandalhos
mânfios
babocas
pacóvios
corja
cáfila
aparvalhados
lorpas
chupistas
bandidos
javardões
bonifrates
piolhentos
abrutados
laparotos
sacripantas
gabirús
badamecos
manhosos
ignaros
sebentões
meliantes
taratas
decrépitos
lesmas
vermes
bolas de unto
macacada
caquéticos
calhorros
achavascados
carracenos
labregóides
artolas
lapuzes
É tudo. Penso que dei o meu contributo honesto para a arte de bem insultar quem nos torra a paciência! Usem e, se tiverem, enviem-me mais sugestões. Afinal, os tontos que nos estragam a vida («cheia de som e de fúria, significando nada…») e outros que tais, merecem todas as palavras que tenhamos para os zurzir.
quarta-feira, 2 de março de 2011
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5 comentários:
Também a mim se me estavam a repetir e a esgotar os termos. Sobretudo os civilizados.
Ora a professor, que é professor, não deve fugir o pé para a chinela! Como te agradeço, Adélia, esta partilha tão a generosa quanto pedagógica.
Agora é que vai ser insultar com requinte e variedade.
Ah, já me olvidava, bela estreia! Queremos mais, lá do cantinho. Originais ou reescritos, isso fica contigo.
beijinhos
Adélia,
Como a língua portuguesa é rica!!!
Nós, a ter tanto por onde escolher e temo-nos limitado ao vulgar parentesco maternal, de mãe pouco recomendável, ou ao do pai traído por essa mesma mãe.
Realmente, elevar o insulto às alturas não é para qualquer um!
Obrigado Adélia, por desenterrares desse livro essa ladainha que soa como um acto de penitência.
Por exemplo, em vez de dizermos "Santa Maria - rogai por nós, São Pedro - rogai por nós, Santo Agostinho, rogai por nós" podemos agora dizer qualquer coisa como:
José Sócrates - Pilantra salafrário
Teixeira dos Santos - Piolhoso
gabirú
Silva Pereira - Lorpa chupista
Isabel Alçada - Mostrenga Tartamuda
Demos asas à nossa imaginação....
Mais uma vez obrigada!
Flor do Cacto
Jorge Coelho - bandalho amacacado
Confesso que me vieste iluminar o meu já tão reduzido léxico de insultos. Reduzido não pela falta de vocábulos mas porque só consigo encontrar dois ou três fortes
ADOREI Adélia!!
Excelente contributo!! A velha expressão "Sem palavras"...já era, porque agora não nos faltarão palavras para insultar com diversidade.
Beijinhos e continua a CONTRIBUIR.
Olá,Profs inspirados
Contribuição aprimorada, digna de ser, em sede própria, despejada sobre as despudoradas cabeças.
Esqueceram-se de acrescentar um pequeno epíteto que penso definir quem nos atormenta:
A CAMBADA!
Vosso,
LSR
Bem lembrado Luís!!
Obrigada! Abraço
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