Para dar a meus irmãos
A parte que lhes cabia,
Meti as mãos
Na arca vazia.
Senti pó nos dedos.
Fria,
Retirei a mão sem nada.
Se a vida já fora dada,
Que mais para dar, havia?
Nos meu dedos,
O pó, porém, reluzia.
Cinzas de antigos segredos,
Morte que ainda vivia.
Meus tesouros de algum dia,
Levai-os, ventos ligeiros!
Os meus irmãos verdadeiros
Vão encher a arca vazia.
José Régio In "Música Ligeira"
terça-feira, 17 de março de 2009
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