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Como diz uma amiga cá da casa, este é o texto em que outros andam a pensar mas que o Ramiro escreveu.
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Avaliação de desempenho, incentivos aos professores em função dos resultados e ganância
Está a acontecer com os professores o que sucedeu com os banqueiros e brokers. A ganância pode deitar tudo a perder.
Todos os estudiosos das causas da actual recessão mundial concluíram que a razão principal da crise reside na fragilidade do sistema bancário e dos mercados bolsistas. Os banqueiros e os fundos de investimentos andaram anos a construir resultados fraudulentos. E porquê? Porque, do topo à base do sistema financeiro e bolsista, todos ganhavam prémios em função dos resultados. Daí que a construção fraudulenta dos resultados tivesse dado no que deu. A ganância quando espevitada nunca se sacia.
O modelo de avaliação de desempenho, imposto pelo decreto-lei 15/2007 e regulamentado (mal) pelo decreto regulamentar 2/2008 e pelo decreto regulamentar 1-A/2009, baseia-se nos mesmos pressupostos que levaram à queda do sistema financeiro e bolsista: os incentivos individuais dependentes de uma avaliação do desempenho orientada para os resultados. As consequências da aplicação do modelo começaram logo a sentir-se a partir de 2007: divisão nos professores, quebra no trabalho colaborativo, mal-estar nos locais de trabalho, inflação nas classificações internas, promoção do facilitismo, construção de estatísticas fraudulentas de sucesso escolar e empobrecimento das aprendizagens.
O estudo de Pedro Martins, aqui suficientemente comentado, não deixa margem para dúvidas. Na base e na substância do modelo de avaliação de desempenho de professores está o espevitar da ganância. Mas a ganância é um monstro insaciável: quanto mais a alimentamos, mais fome tem. E tem um poderoso efeito destrutivo das relações humanas, da verdade e do clima nos locais de trabalho. A ganância, uma vez à rédea solta, aniquila o carácter das pessoas e destrói todas as qualidades humanas.
Ramiro Marques in PROFAVALIAÇÃO
10 comentários:
Pois foi, Elsa D.
E foste rápida!
Tenho bons mestres! Ka Ka Ka
Gente, se soubesse que eras tão rápida escusava de postar o meu.
Acho que fui mesmo mau...
;-)
Mas qual escusava, Reverendo. É só metê-lo no frigorífico, quer? Amanhã estará fesquinho que nem uma alface.
Ná, já está. E eu estou mais virado para uma sardinha, um bife, só porque a esta hora estou cansado para caçar um ratinho suculento... uma alface mesmo fresca não é concorrência.
Também acho, além de que prova a vitalidade deste campo de lírios.
Gostou da casa da amiga? Confesse...
Gostei sim. Vale a pena sair da minha almofada e dar por lá um passeio. Ratos, digo, postes bem escolhidos...;-)
Vim agradecer aqui nesta casa o cumprimento do Reverendo.
Obrigada.
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