Cá nesta Babilónia, donde mana
Matéria a quanto mal o mundo cria:
Cá onde o puro Amor não tem valia,
Que a Mãe, que manda mais, tudo profana;
Cá, onde o mal se afina, e o bem se dana,
E pode mais que a honra a tirania;
Cá, onde a errada e cega Monarquia
Cuida que um nome vão a desengana;
Cá, neste labirinto, onde a nobreza
Com esforço e saber pedindo vão
às portas da cobiça e da vileza;
Cá neste escuro caos de confusão,
Cumprindo o curso estou da natureza.
Vê se me esquecerei de ti, Sião!
Luís de Camões , Rimas - ed. de 1616
Em Camões:Babilónia=mal presente; Sião=tempo passado
2 comentários:
Grande Camões!!
Por ele e por tantos outros portugueses que ao longo da nossa história demonstraram o seu valor...é que não podemos deixar que o nosso País fique entregue a...quem não merece!!
Barreto, no discurso de hoje, exalta o carácter insubmisso dos nossos heróis, a começar por Camões.
São esses os exemplos...
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